Investimento chinês em Portugal tem resultados de benefício mútuo

2019-02-08 19:12:34丨portuguese.xinhuanet.com

Por Xun Wei

Beijing, 8 fev (Xinhua) -- "Notei uma grande aposta da Fidelidade em inovação e na rapidez do serviço ao cliente após a chegada da Fosun", disse Bessa, 31 anos.

Sendo uma seguradora com duzentos anos de história, a Fidelidade lutou para crescer durante a crise econômica do país e sofreu com a falta de recursos para se expandir, até a chegada da Fosun, uma multinacional privada chinesa. Com a ajuda da Fosun, a Fidelidade adquiriu a Espírito Santo Saúde, hoje conhecida como Luz Saúde. Há muito tempo a Fidelidade já tinha o sonho de estabelecer um serviço integrado de seguro e saúde com a empresa, o que beneficiou também seus clientes. Entre 2013 e 2017, os lucros líquidos da Fidelidade dobraram, de 108 milhões de euros para 216 milhões de euros.

A relação entre a China e Portugal está em sua melhor fase, o ambiente de investimento saudável e a perspectiva econômica estável do país europeu vem atraindo cada vez mais investimentos chineses.

"A Fosun combina sua estratégia de desenvolvimento com a política de abertura da China, que é de benefício mútuo, e empodera as empresas que recebem nosso investimento com recursos chineses, intensificando o empreendedorismo das mesmas", declarou Li Haifeng, parceiro global e vice-presidente sênior da Fosun International, em uma entrevista à Xinhua.

"Nos últimos anos, o investimento chinês em Portugal fortaleceu a confiança das empresas locais e aumentou a liquidez do mercado, o que ajudou o país a sair da crise econômica e conquistar sua recuperação", disse Wang Cheng'an, ex-secretário-geral do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

Por outro lado, as empresas chinesas acumularam experiências em operação global através de seus investimentos em Portugal, acrescentou Wang, avaliando isso como um resultado em que ambos os lados saem ganhando.

Segundos os dados do Fórum de Macau, até o final de setembro de 2018, as empresas chinesas investiram 8,26 bilhões de euros (US$ 9,55 bilhões) em Portugal em diversas áreas, incluindo energia, finanças, seguros, saúde, além de aviação e produtos aquáticos, criando mais de 40 mil empregos locais.

Ao mesmo tempo, as empresas chinesas em Portugal também aproveitam as vantagens tradicionais de Portugal e o Fórum de Macau para realizar cooperação com empresas portuguesas em mercados de terceira parte, explorando conjuntamente os mercados da Europa, América Latina e África, especialmente os dos países lusófonos, assinalou Wang.

Por parte de Portugal, o governo e o povo saúdam a entrada de investimento chinês. O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou em dezembro passado que Portugal está disposto a aprofundar os intercâmbios e as cooperações com a China em áreas como economia, comércio, finanças e cultura, acrescentando que mais investimentos chineses são bem-vindos em Portugal.

Manuel Caldeira Cabral, ex-ministro da Economia de Portugal, afirmou numa entrevista que o investimento chinês tem foco não só nos interesses de curto prazo, mas também de longo prazo, que é exatamente o que está ajudando a economia portuguesa. "As empresas chinesas já comprovaram que são parceiras confiáveis de Portugal", completou.

Para a clientela, a avaliação também foi positiva. "A aquisição da Fidelidade pelo grupo Fosun, além de ter sido financeiramente boa para Portugal e consequentemente para os portugueses, permitiu uma reestruturação que o Estado português não estava conseguindo realizar", avaliou Luís Caldas, outro cliente da seguradora em Lisboa, acrescentando que houve uma grande melhora na qualidade dos serviços prestados aos clientes após a aquisição.

"O fato de estar assegurado por um grupo de renome internacional parece-me muito positivo", concluiu ele.

"Após a crise, sem confiança na nossa economia e com uma incapacidade de retorno de débito, a comunidade internacional cortou drasticamente o investimento em Portugal. No entanto, a China teve a coragem de investir em Portugal mesmo assim, reconhecendo o potencial econômico do nosso país", recordou Jorge Magalhães Correia, CEO da Fidelidade, em uma entrevista.

Segundo Wang, a Iniciativa do Cinturão e Rota trará mais oportunidades a Portugal, com possíveis destaques nos âmbitos portuário, de laboratório marítimo e de países lusófonos africanos.

O presidente Rebelo de Sousa expressou em várias ocasiões que Portugal apoia a Iniciativa do Cinturão e Rota e está disposto a transformar Portugal no centro europeu das rotas da seda terrestre e marítima.

O ano 2019 marca o 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais entre China e Portugal. Os dois países estabeleceram a parceria estratégica abrangente em 2005 e a "parceria azul" de cooperação oceânica bilateral em 2017.

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