Pesquisadores chineses descobrem potencial gene de risco do autismo
Beijing, 17 dez (Xinhua) -- A consciência pública sobre o autismo tem crescido, mas ainda há muitos aspectos deste transtorno neurológico que são pouco compreendidos pelos médicos e cientistas. Pesquisadores chineses fizeram uma grande descoberta ao detectar as funções de um importante gene do desenvolvimento cerebral, e que sua deficiência poderia causar o autismo.
O transtorno do espectro do autismo (ASD, em inglês) tem sido reconhecido como um transtorno de desenvolvimento cerebral altamente hereditário. É caracterizado pelo comprometimento da interação e da comunicação sociais, além do comportamento restrito e repetitivo.
O Sh3rf2, um gene codificador de proteína, de acordo com pesquisas anteriores, é normalmente expressado em níveis superiores em células tumorais. A mutação de exclusão do Sh3rf2, que perdeu uma cópia e ficou com uma única cópia funcional do gene, tem sido detectada em autistas.
Contudo, o papel do Sh3rf2 na função cerebral e o mecanismo básico de como ele atua permanece desconhecido.
Em testes feitos com ratos, os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade Normal de Beijing deletaram uma cópia do Sh3rf2 e descobriram que a mutação apresentou comportamentos típicos do autismo.
Os ratos com a mutação demonstraram um comportamento hiperativo em suas gaiolas, com saltos contínuos ou lutas com os ratos menores, escavações repetitivas e convulsões espontâneas.
O cérebro humano é dividido em dois hemisférios, denominados hemisfério esquerdo e o direito. Cada um hemisfério fornece uma série de distintas funções, comportamentos e controles. O hemisfério direito é normalmente reconhecido com o lado criativo, enquanto o esquerdo é o lado lógico, essencial para a função da linguagem.
A falha no desenvolvimento da compreensão linguística normal é um sinal precoce do autismo. Consequentemente, a disfunção do hemisfério esquerdo é sempre notada nos diagnosticados com autismo, disse Xu Zhiheng, autor e pesquisador-chefe do Instituto de Genética e Biologia de Desenvolvimento.
"Essas anomalias ocorrem somente no lado esquerdo do cérebro, e nossas descobertas foram consistentes com as imagens da ressonância magnética funcional em crianças autistas", disse Xu.
Até o momento, apenas poucos genes do ASD foram confirmados nos animais testados. Os pesquisadores acreditam que o estudo poderá ajudar a identificar as causas do transtorno e a desenvolver novos medicamentos.
A pesquisa foi publicada no jornal internacional Cell Reports no início deste mês.
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