Ex-presidente Lula se torna réu por suposta lavagem de dinheiro em negócio na Guiné Equatorial

2018-12-15 16:23:02丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 14 dez (Xinhua) -- A Justiça Federal brasileira aceitou nesta sexta-feira denúncia do Ministério Público e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou réu em um processo por crime de lavagem de dinheiro por supostamente ter intermediado negociações entre o governo da Guiné Equatorial e o grupo brasileiro ARG.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, Lula teria recebido 1 milhão de reais (US$ 260 mil) dissimulados em forma de uma doação da empresa ao Instituto Lula, como contrapartida por supostas interferências em decisões do presidente Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, que teriam beneficiado os negócios do grupo.

Além de Lula, o MPF denunciou o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, pelos crimes de tráfico de influência em transação comercial internacional e lavagem de dinheiro. Como Lula tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu em relação a ele.

Os fatos ocorreram entre setembro de 2011 e junho de 2012. Segundo o MPF, Geo pediu a Lula que interviesse junto ao presidente da Guiné Equatorial para que o governo continuasse mantendo negociações com a ARG, principalmente na construção de estradas.

O valor de R$ 1 milhão foi transferido em 18 de junho de 2016 para o Instituto Lula, que em nota divulgada quando da apresentação da denúncia em 26 de novembro passado afirmou que "todas as doações ao Instituto Lula são legais, declaradas, registradas, pagaram os impostos devidos, foram usadas nas atividades fim do Instituto e nunca tiveram nenhum tipo de contrapartida".

Por sua vez, a defesa do ex-presidente, em comunicado divulgado nesta sexta, afirmou que a nova ação contra Lula é "descabida", com base em acusação "frívola", sendo mais um passo de uma "perseguição" para impedir a atuação política do líder petista.

O processo é o sétimo movido contra o ex-presidente que se encontra preso desde abril passado, condenado por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de ter recebido um apartamento da construtora OAS, no litoral de São Paulo, em troca de favores em contratos com a Petrobras, algo que Lula nega.

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