Trump apoia príncipe herdeiro saudita enquanto Senado ameaça com contramedidas

2018-12-13 10:58:41丨portuguese.xinhuanet.com

Washington, 11 dez (Xinhua) -- O presidente dos EUA, Donald Trump, teria dito na terça-feira que apoiaria o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, apesar da morte de um jornalista saudita, Jamal Khashoggi.

Trump disse à Reuters em uma entrevista na terça-feira que o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman "é muito forte no poder", e ficar ao lado do reino "certamente" significava estar ao lado do príncipe herdeiro neste momento.

Em meio a uma grande indignação com a relutância do governo Trump em punir o reino, Bob Corker, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, disse à imprensa que esta semana planeja apresentar uma resolução conjunta condenando o príncipe herdeiro da Arábia Saudit pelo assassinato de Khashoggi, em uma tentativa de forçar Trump a tomar uma posição mais dura sobre o suposto assassinato.

Corker, um republicano veterano, disse que esperava que a resolução, co-patrocinada por outros pesos pesados, incluindo o líder da maioria Mitch McConnell, aprovasse o Senado com "um voto muito, muito forte".

Se a resolução também passar na Câmara dos Representantes, Trump teria que decidir se assinaria ou vetaria.

Quando perguntado sobre a contramedida do Congresso, Trump disse na entrevista que se encontraria com senadores na esperança de que os senadores não propusessem parar as vendas de armas aos sauditas.

No entanto, ele acrescentou que poderia seguir a legislação que exige o fim do apoio dos EUA ao ataque liderado pelos sauditas no Iêmen, observando que "estou muito mais aberto ao Iêmen porque, francamente, detesto ver o que está acontecendo no Iêmen".

Por sua vez, os senadores democratas Ed Markey e Jeff Merkley enviaram uma carta na terça-feira para pedir ao secretário de Energia, Rick Perry, que informe o Congresso sobre suas conversas anteriores com a Arábia Saudita sobre um acordo nuclear civil durante sua recente viagem ao reino.

De acordo com um relatório separado da NBC News na terça-feira, a diretora da CIA, Gina Haspel, informará os líderes da Câmara na quarta-feira sobre o que a comunidade de inteligência americana sabe sobre o assassinato de Khashoggi.

Ela deu um briefing confidencial sobre a morte de Khashoggi a vários senadores no dia 4 de dezembro, mas até o senador republicano Lindsey Graham, um aliado próximo de Trump, disse após o briefing que alguém teria que ser "voluntariamente cego" para negar que a Arábia Saudita e o príncipe herdeiro estavam "intimamente envolvidos".

A NBC também citou três assessores do Senado dizendo que o chefe da inteligência turca, Hakan Fidan, havia chegado a Washington na semana passada para informar um grupo de senadores bipartidaristas sobre a investigação da Turquia sobre o caso de Khashoggi.

Em outro sinal de reflexão global sobre o caso, a revista Time homenageou a Khashoggi como uma de suas Personalidades do Ano, a primeira vez que a revista escolheu alguém que não está mais vivo.

Khashoggi está desaparecido desde que entrou no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro. As autoridades sauditas disseram que ele morreu em uma "briga" no consulado.

Depois de divulgar os resultados de sua investigação inicial, o Ministério Público da Arábia Saudita anunciou que 18 sauditas foram presos por supostas ligações com o assassinato.

O Congresso dos EUA pediu uma investigação completa sobre sua morte e ameaçou tomar mais ações contra a Arábia Saudita, como sanções e suspensão do apoio militar ao ataque liderado pelos sauditas no Iêmen, se os responsáveis não forem responsabilizados.

No entanto, a administração Trump tem sido relutante em punir mais fortemente o governo saudita. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse em um artigo recente que a morte de Khashoggi "agravou a situação do Capitólio e da mídia".

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