Íntegra do artigo assinado de Xi em jornal panamenho
Beijing, 30 nov (Xinhua) -- Um artigo assinado pelo presidente chinês Xi Jinping e intitulado "Trabalhar Juntos para um Futuro Compartilhado" foi publicado sexta-feira no jornal panamenho La Estrella de Panamá, antes de sua visita de Estado ao país da América Central.
Segue o texto completo do artigo:
Trabalhar Juntos para um Futuro Compartilhado
Xi Jinping
Presidente da República Popular da China
Em breve farei uma visita de Estado à República do Panamá ao convite amável do presidente Juan Carlos Varela. Será minha primeira visita ao país, e a primeira por um presidente chinês. Tenho grandes expectativas sobre esta viagem.
Como muitos de meus compatriotas, não sou nenhum estranho para o Panamá embora eu nunca tenha estado neste país antes: o grande Canal do Panamá, o café Geisha altamente apreciado, assim como as bananas panamenhas e outras frutas tropicais são bem reconhecidos no mundo. Nos últimos anos, sob a liderança do presidente Varela, o Panamá desfrutou de um rápido crescimento, mercados vibrantes e uma melhora na qualidade de vida. Se tornou um dos lugares mais habitáveis nas Américas para viver e uma terra promissora de oportunidades para os investidores. Vendo esse progresso, estou verdadeiramente feliz pelo Panamá e desejo ao Panamá novas e ainda maiores realizações em seu futuro desenvolvimento.
As interações cordiais entre os povos de nossos países datam de mais de 160 anos, quando o primeiro grupo de chineses chegou ao Panamá para ajudar na construção de canal e ferrovia. Nesta terra hospitaleira, eles eventualmente ficaram, se tornaram parte das comunidades locais e juntaram-se ao povo panamenho na busca de uma vida melhor. Para marcar sua dedicação, um dia especial foi designado para os chineses no Panamá. Voltando à década de 1960, em um gesto de solidariedade para com o povo panamenho em sua justa causa pela soberania sobre o Canal, 16 milhões de chineses fizeram reuniões através da China, o que se tornou uma memória especial do povo chinês por uma geração. Tudo isso atesta os laços fraternais conectando os povos de nossos países.
Em junho do ano passado, o presidente Varela e eu chegamos a uma decisão política significativa: a China e o Panamá estabeleceriam formalmente relações diplomáticas. Para ambos nossos países, essa decisão histórica não só beneficiaria esta geração, mas também muitas gerações por vir. Para a comunidade internacional mais ampla, não se pode mostrar mais claramente a tendência de nossos tempos e a vontade das pessoas do que isso. O compromisso do Panamá com a política de Uma Só China é uma forte declaração ao mundo e uma expressão de apoio unânime entre os dois povos para as relações China-Panamá.
Durante um ano e meio, as relações China-Panamá tiveram um bom início: os programas de cooperação cresceram com grande rapidez e prosperaram em todos os aspectos, gerando benefícios tangíveis para as pessoas dos dois países. Durante sua primeira visita de Estado à China, o presidente Varela e eu traçamos um plano para o futuro de nossos laços bilaterais. A China tem sido o segundo maior parceiro comercial do Panamá, o maior fornecedor para a Zona de Livre Comércio de Colón e o segundo maior usuário do Canal do Panamá. Sob o quadro da cooperação do Cinturão e Rota, os dois lados assinaram diversos acordos em áreas como comércio, finanças, assuntos marítimos, aviação civil, turismo, cultura e educação. Empresas e instituições financeiras chinesas tomaram uma parte ativa na cooperação bilateral, ajudando a criar milhares de empregos locais. O projeto Cidade Segura de Colón, com a assistência da China, fornecerá proteção efetiva para os moradores locais. O Centro de Convenções de Amador, que será concluído em breve, servirá como o novo local para a EXPOCOMER. E os produtos agrícolas típicos do Panamá, como carne bovina, abacaxi e frutos do mar, estão passando pelos procedimentos de inspeção e quarentena para serem exportados à China e em breve estarão nas mesas dos chineses.
Como proposto pelo Panamá, a China está considerando o projeto do centro educacional "Cidade da Esperança", a ser desenvolvido no oeste do Panamá. O projeto pretende fornecer serviços educacionais para mais de 2 mil alunos locais e contribuirá significativamente para as condições e qualidade educacionais da região. A China também está implementando o projeto de clínicas móveis (Amor Sobre Rodas), que fornece serviços médicos gratuitos para mulheres em áreas remotas do Panamá. O primeiro Instituto Confúcio no Panamá foi criado e está operando; o primeiro voo direto conectando a China e a América Central foi lançado; e o Panamá já é um destino aprovado para os turistas chineses em grupos. Até o final deste ano, a China terá treinado cerca de 6 mil funcionários e profissionais panamenhos em diversas áreas, enquanto quase mil alunos panamenhos estão atualmente estudando na China. Estudiosos, think tanks e organizações de mídia de ambos os lados participaram de frequentes interações, contribuindo com suas ideias e sugestões em apoio às relações bilaterais. À medida em que a "Febre Chinesa" no Panamá e a "Febre Panamenha" na China sobem, as pessoas de ambos os países estão ansiosas para se conhecerem melhor através de mais intercâmbios.
O Panamá, uma nação forte em conectividade, está avançando ativamente sua Estratégia Logística Nacional 2030 em um esforço para se transformar em um centro logístico de classe mundial. Essa estratégia se encaixa com minha iniciativa de cooperação do Cinturão e Rota, fazendo da China e do Panamá parceiros naturais para a cooperação do Cinturão e Rota. Durante a visita do presidente Varela à China no ano passado, o Panamá se tornou o primeiro país da América Latina e Caribe a assinar um memorando de entendimento de cooperação do Cinturão e Rota com a China. No futuro, trabalharemos incansavelmente com o Panamá para promover a sinergia entre nossas estratégias de desenvolvimento e produzir maiores benefícios para os povos de nossos países.
Primeiro, vamos ser parceiros sinceros que valorizam a igualdade e a confiança mútua. Devemos abordar sempre nossos laços bilaterais desde uma perspectiva estratégica e de longo prazo, apreciar e apoiar os interesses essenciais e principais preocupações de cada um, e construir uma base política sólida para um crescimento sustentável, firme e estável de nossas relações bilaterais.
Segundo, vamos ser parceiros de desenvolvimento, sob chuva ou sob sol. Sendo ambos países em desenvolvimento, a China e o Panamá têm experiências históricas semelhantes e enfrentam tarefas de desenvolvimento comuns. Precisamos trabalhar juntos para promover um novo tipo de relações internacionais com características de respeito mútuo, imparcialidade, justiça e cooperação de ganhos recíprocos e construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. Também precisamos fortalecer a coordenação nas organizações multilaterais como a ONU e a OMC, defender juntos o sistema de comércio multilateral e contribuir para uma economia mundial aberta.
Terceiro, vamos ser parceiros de cooperação em busca do benefício recíproco. Precisamos respeitar as aspirações, acomodar as preocupações de cada um e utilizar nossas forças respectivas. Precisamos nos fundamentar sobre esta base para aprofundar nossa cooperação em tais importantes áreas como infraestrutura, logística, capacidade produtiva, comércio eletrônico e finanças sob o amplo quadro da cooperação do Cinturão e Rota. Precisamos intensificar nossos esforços para assegurar rapidamente a precoce safra na cooperação prática, já que contribuirá para o desenvolvimento de ambos os países. A China saúda a participação contínua do Panamá na Exposição Internacional de Importação da China e espera ver mais exportações de bens e serviços panamenhos de qualidade para a China.
Quarto, vamos ser parceiros estreitos com fortes laços interpessoais. Para construir conexões de coração a coração entre nossos povos, precisamos tomar parte em intercâmbios em uma ampla gama de áreas como cultura, educação, saúde, turismo e mídia. Isso impulsionará em grande medida nossa amizade em todos os setores. Visto que inauguramos um voo direto entre a China e o Panamá, esperamos que cada vez mais chineses e panamenhos se visitem para promover o entendimento mútuo e a amizade. Hoje 280 mil panamenhos são de origem chinesa. Podemos nos fundamentar bem nesses laços sanguíneos para aprofundar a amizade entre os dois países.
A tendência dos tempos segue movendo-se adiante, trazendo novas e constantes mudanças para o mundo. Embora nossos países estejam geograficamente distantes e tenham condições nacionais bem diferentes, tanto os chineses como os panamenhos são diligentes, empreendedores e ambiciosos. Não poderemos evoluir nossas relações sem o compromisso de nossas populações. Vamos aproveitar o momento, explorar ao máximo a vantagem de novatos em desenvolvimento, acelerar o crescimento de nossos laços bilaterais, dirigir nossa cooperação a um curso estável e sustentável, e contribuir juntos para um futuro mais brilhante e um mundo mais próspero.
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