Visita de Estado do presidente Xi a Argentina aprofundará relação bilateral, afirma chanceler
Buenos Aires, 28 nov (Xinhua) -- A próxima visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, à Argentina permitirá o aprofundamento da relação bilateral que é relevante e se enquadra em uma parceria estratégica integral, afirmou o chanceler argentino, Jorge Faurie.
O ministro das Relações Exteriores e Culto da Argentina abordou em entrevista à Xinhua a situação atual do laço bilateral e sua perspectiva.
Destacou a importância que têm para seu aprofundamento a iniciativa do Cinturão e Rota, proposta pela China em 2013, assim como o conceito chinês que advoga pela construção de uma comunidade de destino para a humanidade.
Sobre a visita do presidente chinês, "somente podemos esperar a continuação do aprofundamento de um diálogo que tem um nível de sinceridade e de compartilhar os principais temas", valorizou Faurie.
Será "a quinta oportunidade em que o presidente (argentino, Mauricio) Macri e o presidente Xi Jinping vão se encontrar. Isto marca um nível de relacionamento realmente singular", sublinhou o chefe da diplomacia argentina.
A Argentina, como uma nação do sul da América Latina, que tem recursos e gente preparada, "quer também interagir neste cenário global dos grandes líderes", explicou o ministro das Relações Exteriores.
A China é o primeiro mercado de produtos agropecuários da Argentina e um grande consumidor de produtos como óleo comestível, soja, carne bovina e aviária, vinho e lácteos.
Ao mesmo tempo, as partes impulsionam negociações sobre o acesso ao mercado chinês de carne de cordeiro e porco, mel, sorgo, trigo e cerejas, entre outros produtos.
Além disso, o país asiático é o segundo maior parceiro comercial da Argentina, com um intercâmbio que atingiu US$ 13,81 bilhões em 2017, segundo os dados das alfândegas da China.
Faurie mencionou que as partes colaboram "em projetos que para a Argentina são de grande relevância e com a parte comercial muito importante".
"Ao mesmo tempo, a China esteve trabalhando para abrir seu mercado a produtos que Argentina tem interesse de colocar no mercado chinês", complementou o chanceler.
O funcionário indicou que a isso se soma "a participação de empresas chinesas, seja na área energética, seja na área de infraestruturas, o que contribui ao desenvolvimento de nossa economia e obviamente significa também algo positivo para as empresas chinesas ou os setores do governo chinês que interagem conosco".
"Temos uma relação extremamente importante. Está fundada sobre uma parceria estratégica (integral) e tivemos enormes desenvolvimentos de diferentes tipos em matéria de ações conjuntas, seja em matéria de obras de infraestrutura, no setor ferroviário, em matéria energética, no desenvolvimento agropecuário, no setor financeiro", repassou o ministro.
Definiu o vínculo bilateral "como uma relação extremamente rica, que reflete o potencial que tem a China hoje na cena internacional".
"O potencial que tem ao ser um país com 1,4 bilhão de habitantes, um dos mercados mais importantes para a colocação dos produtos argentinos, uma economia dinâmica que vende substancialmente dentro de nosso país", disse.
"Temos relações muito relevantes que são possíveis entre a China e um país do tamanho da Argentina", completou.
O diplomata argentino expôs nesse marco que a relação entre as partes se beneficia da iniciativa do Cinturão e Rota.
"Acreditamos que é uma iniciativa que promove o desenvolvimento e o crescimento dos vínculos da China com outros países", acrescentou.
"Muitos dos projetos que estamos desenvolvendo na Argentina associados com as empresas chinesas ou com investimentos da China em nosso país na área de energia, de transporte (...) ou de mineração, que estamos vendo como uma possibilidade, todos se inscrevem de algum jeito no interesse da China de gerar uma maior vinculação com diferentes países do mundo, entre outros da América Latina", disse.
Acrescentou que tudo isto tem alguma vinculação com a iniciativa do Cinturão e Rota, "sendo que nós trabalhamos nesta parceria estratégica (integral) que para nós é singularmente importante".
Faurie também se referiu ao impulso ao multilateralismo e ao maior intercâmbio que propõe a China.
A Argentina tem interesse em que "o crescimento do comércio internacional se reflita em uma maior produtividade e que isto seja feito de uma maneira equitativa, que beneficie a maior parte das populações a nível internacional", sublinhou.
O ministro dos Exteriores argentino remarcou nesse contexto a relevância do conceito chinês que advoga pela construção de uma comunidade do destino para a humanidade.
"A Argentina é um país relevante no contexto regional latino-americano", expressou.
"Temos toda a relação, de grande amplitude, entre a Argentina e China, e (...) entendemos que uma maior inserção internacional da Argentina com o mundo, com países de grande importância como a China, é extremamente positiva", completou.
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