Economista do BID destaca oportunidades de desenvolvimento para América Latina em aproximação com a China

2018-11-29 16:25:22丨portuguese.xinhuanet.com

Buenos Aires, 28 nov (Xinhua) -- A aproximação dos últimos anos entre a China e a América Latina gerou um desafio de importante interpretação para a região, que pode proporcionar múltiplas oportunidades de desenvolvimento, afirmou o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Paolo Giordano.

Em entrevista exclusiva à Xinhua, o principal economista do setor de Integração e Comércio do BID se referiu à quarta visita à região pelo presidente chinês, Xi Jinping.

Giordano destacou a Iniciativa de Cinturão e Rota da China, além da abertura de seu mercado de consumo doméstico, como dois elementos condizentes a potencializar os atuais elos, contribuindo para que a América Latina obtenha "uma visão regional e não individual de desenvolvimento".

"Parece-me que vista desde a América Latina, esta iniciativa é importante não só por si mesma, como já é, mas também expõe a necessidade de dar uma visão regional ao desenvolvimento da infraestrutura", disse Giordano.

"Os custos de transporte da América Latina são relativamente altos e são um obstáculo significativo para o comércio", considerou o representante do BID.

Para o especialista, o fato de que a China considera a América Latina uma extensão natural da Rota da Seda Marítima do Século 21, permitirá que os esforços da integração comercial se complementem com os esforços da integração física para diminuir os custos de transporte de exportações dentro da região e no resto do mundo.

"Mas é necessário fazê-lo a partir de uma perspectiva regional, e não pelos países individualmente, de forma a obter um sistema produtivo continental que possa enxergar o mundo como uma unidade", enfatizou.

Por outro lado, Giordano considera que a região latino-americana tem uma tarefa inevitável de sofisticar mais os produtos que dirige ao exterior a fim de ganhar maior competitividade nos mercados mundiais.

Explicou nesse sentido que a China é um país com uma demanda "muito dinâmica" para as exportações da América Latina, e dependendo de como encare a região ocidental uma oportunidade de abertura do mercado chinês, poderá obter maiores vantagens.

"O tema é como a América Latina dá um salto de qualidade no que exporta ao mundo; como pode mudar para produtos de maior qualidade, de maior sofisticação e maior valor agregado, menos dependente das oscilações e flutuações", disse.

Giordano percebeu que a sofisticação dos produtos a exportar que a América Latina deve procurar não está apenas nas manufaturas, mas também nos produtos primários, entretanto com maior elaboração.

"A China está em um processo de desenvolvimento acelerado onde incorpora a centenas de milhares de pessoas à classe média a cada ano e que vai levar a um padrão de demanda mais sofisticado, então a América Latina deveria estar em condições de ganhar terreno neste mercado", comentou Giordano.

Segundo dados das alfândegas chinesas, a China e a América Latina e o Caribe registraram volumes comerciais em torno dos US$ 260 bilhões em 2017, uma alta anual de 18,8%.

Quanto aos investimentos, a América Latina e o Caribe se tornaram no segundo maior destino dos investimentos chineses no exterior, com mais de US$ 200 bilhões em investimentos diretos, de acordo com os dados do Ministério do Comércio da China.

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001376398301