Após centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial, Macron alerta que nacionalismo crescente é um risco para paz mundial

2018-11-12 14:56:42丨portuguese.xinhuanet.com

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O presidente da França, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, participam da cerimônia de comemoração do 100º aniversário do fim da Primeira Guerra Mundial, em Paris, França, em 11 de novembro de 2018. (Xinhua/Zheng Huansong)

Paris, 11 nov (Xinhua) – Na presença de líderes mundiais, os sinos da igreja repicaram ao som de Sarabande de Bach, quando o presidente francês, Emmanuel Macron, realizou no domingo uma cerimônia solene para marcar o centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial.

Por volta das 11 horas locais (10:00 GMT), Macron e delegados de cerca de 70 países caminharam lado a lado em direção ao Arco do Triunfo para homenagear cerca de 10 milhões de soldados mortos durante a guerra de 1914-1918.

Em um dia chuvoso de inverno, Macron, de 40 anos, inspecionou as tropas. Em seu discurso, o presidente lembrou que "durante estes quatro anos, a Europa chegou perto de cometer suicídio, com 10 milhões de mortos, 6 milhões feridos", alertando para o perigo do nacionalismo crescente, que, segundo ele, coloca em risco a frágil paz mundial.

Cem anos depois, o presidente francês avisou que "os velhos demônios estão voltando a crescer. Novas ideologias manipulam religiões, a história ameaça retomar seu trágico curso".

"Vamos construir nossas esperanças ao invés de jogar nossos medos uns contra os outros", disse ele.

"A lição que tiramos da grande guerra não pode ser rancor e ressentimento contra outras nações. E não pode permitir que o passado seja esquecido. A grande guerra é uma base que nos obriga a pensar no futuro e pensar em nossos principais valores", ele notou.

Na comemoração de domingo, jovens estudantes, nascidos décadas depois da Segunda Gerra Mundial, leram em inglês, chinês e francês, testemunhos escritos por soldados franceses, alemães, britânicos e americanos quando os canhões se calaram em 11 de novembro de 1918.

Após uma semana de memoriais da Primeira Guerra Mundial, Macron também acendeu uma chama e colocou uma coroa de flores para homenagear um soldado desconhecido que foi morto na guerra e cujos restos mortais foram enterrados junto a outros sob o arco.

Após a cerimônia, Macron organizou um almoço para os chefes de estado e governo que participaram da cerimônia. Eles então se dirigiram para o primeiro Fórum da Paz de Paris, sem a presença de líderes como o presidente dos EUA, Donald Trump, que participou da cerimônia americana de comemoração no Cemitério Suresnes.

Em seu discurso de abertura, Macron disse que, se a imagem da comemoração é um símbolo de paz duradoura entre as nações, ou uma imagem de um último momento de união antes que o mundo caia em nova desordem, "depende apenas de nós".

Ele disse que a estabilidade do mundo está ameaçada pelo nacionalismo, racismo, antissemitismo e extremismo.

Ele também é desafiado por fatores econômicos, ambientais e relacionados a migrantes, disse ele.

Após o discurso de Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, fez referências a sérios conflitos em todo o mundo, dizendo que "se acreditamos que precisamos tirar conclusões e aprender com a história, isso nos deixa sem palavras".

"Não devemos aceitar conflitos armados, onde quer que eles estejam no mundo, não importa a que distância, nenhuma população, nenhuma nação, nem uma única pessoa deve ser descartada por nós", disse ela.

Enquanto isso, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, disse ao fórum que muitos elementos hoje parecem se assemelhar ao começo do século 20 e aos anos 1930, alertando contra "uma polarização da vida política e da própria sociedade".

Guterres defendeu a causa das Nações Unidas em seu discurso, dizendo que hoje é o lar do centro que harmoniza os esforços em prol da paz e do desenvolvimento sustentável.

O fórum é organizado em torno de cinco temas: paz e segurança, meio ambiente, desenvolvimento, economia inclusiva e novas tecnologias e durará três dias.

Iniciada em 28 de julho de 1914 e encerrada em 11 de novembro de 1918, a Primeira Guerra Mundial é uma das guerras mais sangrentas da história. Envolvendo cinco impérios europeus e dezenas de potências mundiais, terminou com a Europa em ruínas e exterminou quase uma geração de jovens.

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