Brexit lidera agenda da Cúpula Europeia, seguido pela imigração e segurança
Bruxelas, 18 out (Xinhua) -- Líderes da União Europeia (UE) reuniram-se na quarta e quinta-feira para discutir os avanços nas negociações do Brexit, questões atuais de imigração e questões de segurança interna.
Os líderes confirmaram e reforçaram as metas estabelecidas nas conclusões da cúpula de junho de 2018.
As negociações do Brexit dominaram a discussão em torno da Cúpula Europeia, enquanto os líderes tentavam manter um progresso constante na questão da migração e melhorar a segurança interna em um clima onde a segurança cibernética continua a crescer como uma preocupação internacional.
UNIÃO EUROPEIA MANTÉM RESISTÊNCIA AO BREXIT
Dois dias antes da Cúpula Europeia, as negociações sobre o Brexit pareciam ter parado. A insistência da UE sobre uma falha de segurança para a questão da fronteira da Irlanda do Norte pareceu deixar a primeira-ministra britânica, Theresa May, sem opções de negociação.
Nenhuma proposta parece ter sido apresentada para respeitar os Acordos da Sexta-Feira Santa que proíbem uma fronteira difícil entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda sem entrar em conflito com os linhas-duras na coalizão governista de May ou com a demanda europeia por um impedimento.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que tem poucas razões para otimismo na terça-feira, e que o Reino Unido precisa apresentar "soluções criativas" para avançar, mas que pedirá a Theresa May "propostas concretas" na Cúpula.
Enquanto isso, notícias da França e da Alemanha chegaram na quarta-feira confirmando que ambos os países estavam se preparando para um cenário de "não negociação".
Se a necessidade de soluções era alta, a apresentação da noite de quarta-feira da primeira-ministra britânica aos líderes europeus não impressionou, com o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, dizendo que "não percebeu nada substancialmente novo no conteúdo".
A posição conjunta publicada pela Cúpula na conclusão de suas conversações sobre o Brexit só confirmou a "total confiança em Michel Barnier", o principal negociador da UE, e observou que "não foram alcançados progressos suficientes" nas negociações.
O próprio Barnier disse na quarta-feira que "precisamos de tempo, precisamos de muito tempo, muito mais tempo" para progredir nos termos do Brexit.
No entanto, pistas de que mais tempo estaria disponível foram dadas durante a Cúpula, já que Theresa May indicou que estaria disposta a considerar uma extensão do período de transição proposto, com comentaristas britânicos e europeus especulando que ele seria estendido para três anos completos, em vez da proposta original de 21 meses.
Embora os líderes europeus dessem indicações de que estariam dispostos a considerar um longo período de transição, o tema não chegou à posição conjunta oficial da Cúpula, e os críticos argumentaram que a medida não ajudaria em nada para resolver a questão ainda não resolvida sobre a fronteira da Irlanda do Norte.
NECESSIDADE DE MAIOR COOPERAÇÃO PARA OS FLUXOS MIGRATÓRIOS
Líderes europeus também abordaram o tema da migração na quinta-feira, uma questão que incomoda a UE desde 2015, quando um milhão de migrantes chegaram ao continente fugindo de conflitos e outras interrupções em seus países de origem.
A posição conjunta da Cúpula observou que, de acordo com seus dados, as passagens ilegais de fronteira para a UE foram reduzidas em 95% desde o pico de 2015.
A Cúpula apelou para uma maior cooperação com os países de origem e trânsito, concentrando-se especialmente nos países do Norte de África.
"Nós notamos, em particular, a necessidade de observar de perto a situação no Mediterrâneo Ocidental, e neste contexto, fortalecer nossa cooperação com Marrocos, como recomendado pelo primeiro-ministro (Pedro) Sánchez", disse Tusk, em uma coletiva de imprensa depois da cúpula.
Foi também dada atenção à interrupção dos contrabandistas de migrantes, com uma luta para aumentar a coordenação com os países não pertencentes à UE, a criação de uma força-tarefa conjunta no Centro Europeu de Contrabando de Migrantes da Europol e uma melhor monitorização e interrupção das comunicações online pelos contrabandistas.
Uma série de propostas recentes da Comissão Europeia sobre retornos de imigrantes, uma agência europeia de refúgio, e a fronteira europeia e guarda costeira foram sinalizadas por líderes europeus como questões que o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu deveriam examinar com prioridade.
Os líderes também instaram a Áustria, que atualmente detém a Presidência do Conselho Europeu, a continuar os esforços para desenvolver propostas de reforma do sistema europeu de asilo, atualmente regulado pelas regras conhecidas como Regulamento de Dublin III.
CRESCEM PREOCUPAÇÕES COM SEGURANÇA CIBERNÉTICA
A segurança interna também fez parte da agenda, com os líderes particularmente preocupados com os recentes ataques cibernéticos contra a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) em Haia.
Em resposta, juntamente com outros modos de reforçar a cooperação em toda a UE, os líderes apelaram a um reforço adicional da dissuasão, resiliência e resposta da UE a ameaças híbridas e cibernéticas, além das químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (CBRN, na sigla em inglês).
"Neste contexto, pedimos aos ministros que trabalhem em um regime de sanções que será específico para ataques cibernéticos. Tal regime deve ajudar a proteger nossos cidadãos, empresas e instituições de todos os tipos de ameaças à segurança cibernética", disse Tusk em suas observações depois da cúpula.
O Conselho Europeu sublinhou igualmente a necessidade de um vasto leque de medidas para reforçar a cibersegurança, prevenir e responder à radicalização e ao terrorismo, enfrentar os desafios apresentados pela evolução tecnológica e aumentar a capacidade de gestão de crises.
Antes das eleições europeias de 2019, os líderes também pediram um rápido acompanhamento das propostas da Comissão Europeia para combater a desinformação, pressionando por um plano de ação para uma resposta coordenada da UE a ser apresentada até dezembro de 2018.
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