Polícia Federal acusa formalmente presidente Temer por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro

2018-10-17 16:05:45丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 16 out (Xinhua) -- A Polícia Federal (PF) brasileira acusou formalmente o presidente da República Michel Temer por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um relatório final da investigação sobre um polêmico decreto do setor portuário que ele teria assinado em troca de dinheiro.

No relatório sobre a investigação, entregue nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal indiciou mais dez pessoas, entre elas Maristela Temer, filha do presidente e o coronel João Baptista Lima Filho, amigo íntimo de Temer.

Segundo o relatório, ao qual a imprensa teve acesso, a PF pediu também o bloqueio dos bens de todos os suspeitos e a prisão preventiva de quatro deles. Os agentes consideraram que há provas suficientes dos crimes apontados contra todos os investigados.

O juiz da Suprema Corte, Luis Roberto Barroso enviou o caso à Procuradoria Geral da República, que tem 15 dias para se pronunciar sobre se apresentará ou não uma denúncia contra os acusados. Se Temer for denunciado, a Câmara dos Deputados deve votar uma autorização para que o processo continue.

O delegado encarregado da investigação, Cleyber Malta Lopes, concluiu que Temer editou o decreto portuário, ano passado, em troca de favores ilícitos por parte da empresa Rodrimar, principal beneficiária e que atua no porto de Santos, o maior do Brasil e da América do Sul. O policial ressaltou que Temer tem influência no porto de Santos há mais de 20 anos.

Em maio do ano passado, Temer assinou um decreto no qual ampliou de 25 para 35 anos o prazo dos contratos de concessões de empresas portuárias, podendo chegar a 70 anos.

O principal articulador do decreto foi Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado federal e ex-assessor da presidência, homem do círculo íntimo de Temer e que também foi denunciado por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Temer, que deixará o cargo no próximo dia 1º de janeiro, já foi denunciado pela Procuradoria duas vezes, em 2017, por corrupção passiva e formação de quadrilha, mas a Câmara dos Deputados rejeitou as denúncias em ambos os casos, evitando, assim, abrir um processo contra o presidente.

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