Mulheres que cuidam de netos se arriscam a ficar sobrecarregadas

Sydney, 15 out (Xinhua) -- Muitas mulheres que cuidam de seus netos correm o risco de ficarem sobrecarregadas e merecem mais reconhecimento por seu trabalho não remunerado, de acordo com as últimas pesquisas da Austrália.

"Estimativas de impacto econômico tendem a definir o cuidado informal como cuidar dos doentes, deficientes ou frágeis, mas não incluem cuidados com crianças", disse Julie Byles, professora da Universidade de Newcastle, sobre suas conclusões em um comunicado divulgado na segunda-feira.

O estudo, que também envolveu a Universidade de Queensland, analisou uma ampla pesquisa sobre a saúde de mais de 58.000 mulheres australianas. Encontrou que 60% das mulheres em seus 60 anos e 12% das mulheres em torno dos 80 anos de idade forneciam cuidados infantis regulares e não remunerados para seus netos.

"Foi surpreendente ver quantas mulheres cuidavam de seus netos, além de seus próprios compromissos profissionais", disse Byles.

"Mais da metade das mulheres que prestam cuidados diários não remunerados para seus netos estavam empregadas, com 23% trabalhando em tempo integral."

O professor associado da Universidade de Queensland, Leigh Tooth, disse que "90% das avós relataram estar felizes com a sua parcela de cuidados infantis", mas ele também advertiu contra "sobrecarregá-las".

"Cerca de uma em cada quatro mulheres na faixa dos 60 anos faz parte da geração “sanduíche”, cuidando de um neto e de um adulto doente, deficiente ou frágil", disse ela, mas quando essas mulheres cuidam de um neto e outro adulto, eram eram mais propensas a ficar deprimidas, a experimentar níveis mais altos de estresse e fazer mais visitas ao clínico geral.

Também foi importante notar que, quando esses papéis se estendem até mais tarde na vida, as mulheres mais velhas, na faixa dos 70 e 80 anos, podem estar cuidando, ao mesmo tempo em que também necessitam de cuidados e assistência, disse Byles.