Especial: Cuba, museu vivo de automóveis antigos

2018-10-15 16:47:56丨portuguese.xinhuanet.com

de Raul Menchaca

Havana, 14 de outubro (Xinhua) -- Passeando pelas ruas de Havana, é provável que as pessoas vejam dezenas de automóveis antigos carinhosamente mantidos em boas condições, incluindo um Austin Healy 3000 vermelho brilhante de 1959, fabricado na Inglaterra.

"Meu marido costumava ter um MG, mas ele se apaixonou por este carro e comprou para restaurá-lo", disse Lupe Fuentes à Xinhua em uma exposição ao ar livre de carros esportivos e motocicletas britânicos na capital cubana como parte da Semana da Cultura Britânica.

O marido de Fuentes, o conhecido mecânico Ricardo Medell, passou 17 anos restaurando o Healy, preservando ao máximo as peças originais.

Muitos consideram Cuba um museu ao ar livre devido ao número de automóveis antigos, principalmente de fabricação americana, ainda em circulação.

"Quando falamos de carros ou motos, sempre pensamos na herança americana que temos aqui. No entanto, os carros ingleses também fazem parte da herança do nosso país sobre rodas, embora em menor medida", disse Fuentes.

Como chefe de relações públicas de um clube automotivo chamado "A lo cubano" ("Em estilo cubano"), Fuentes está organizando uma seção inglesa, criada há apenas uma semana, com cerca de 30 carros clássicos britânicos e seus donos.

Os proprietários de carros antigos britânicos enfrentam maiores obstáculos quando se trata de preservar seus veículos, observou Fuentes.

"Às vezes era mais fácil conseguir uma peça para um carro americano, porque você podia tirá-la de outro carro americano que já saiu de linha, mas esse não é o caso dos veículos ingleses", disse ela.

"Há muita inventividade nas motos e carros que você vê aqui hoje", disse ela, apontando para uma fila de carros estacionados, incluindo um Jaguar, Hillman e MG.

As pessoas passaram a admirar essas autênticas jóias do automobilismo, como o carro de corrida Healey Silverstone D10, o único do gênero nas Américas e preservado em perfeitas condições quase sete décadas depois de sair da linha de montagem.

Construído na Inglaterra em 1949, o carro é um dos dois que chegaram à ilha na década de 1950 e o único que sobreviveu à passagem do tempo, graças ao seu amante apaixonado.

"A verdade é que a manutenção desses carros deve ser muito cara, mas também deve gerar grande orgulho em seus donos", disse Álvaro Caballero, que veio ver os carros em exibição, com um toque de inveja.

"Muitas pessoas decidem vender seus carros porque não têm condições de mantê-los, é economicamente insustentável, porque é muito difícil conseguir as peças ou fabricá-las", disse Fuentes.

Essa é uma razão pela qual ela quer promover uma cooperação mais fraterna entre os proprietários de carros britânicos através do clube.

"Talvez você tenha peças ou ornamentos que você não vai mais usar e que outro proprietário precise para seu carro. Elas podem ser trocadas e até vendidas, mas primeiro você precisa se conhecer para ajudar um ao outro", disse ela.

"É uma forma de ajudar uns aos outros" e promover os automóveis antigos de Cuba, disse ela.

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