Governo brasileiro responde às criticas de Trump sobre tratamento às empresas dos EUA

Rio de Janeiro, 2 out (Xinhua) -- O governo brasileiro respondeu na segunda-feira às críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, que disse que o país sul-americano "cobra as taxas que quer" às empresas norte-americanas.

Em entrevista na segunda-feira, o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Abrão Neto, recordou que os EUA registraram um superavit comercial de US$ 90 bilhões com o Brasil nos últimos dez anos.

"De modo geral, temos uma relação comercial muito positiva com os EUA. São nosso segundo principal parceiro comercial. Temos um comércio com um perfil muito complementar e estratégico e nos últimos anos tem ocorrido um fortalecimento desse comércio."

Acrescentou que essa relação bilateral "tem muitos temas a ser aprofundados e que podem contribuir ainda mais para o fortalecimento do comércio entre os dois países".

Na segunda-feira, Trump criticou as relações comerciais com o Brasil: "Cobram o que querem. Se você perguntar a algumas empresas, elas dizem que o Brasil está entre os países mais duros do mundo, talvez o mais duro" e concluiu afirmando que o problema é que nenhum presidente americano anterior tentou negociar as relações comerciais com o Brasil.

Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, há que se entender bem "o contexto e o significado dos pontos de preocupação externados pelos EUA".

Segundo o governo brasileiro, no ano passado o país registrou um superavit de US$ 2,026 bilhões em sua relação comercial com os Estados Unidos, ao exportar US$ 26,872 bilhões e importar US$ 24,846 bilhões.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, depois da China. Em 2017, 21,8% das exportações brasileiras tiveram a China como destino e 12,3%, o país norte-americano.