Abe é eleito para terceiro mandato consecutivo como presidente do partido governante do Japão

2018-09-21 16:36:22丨portuguese.xinhuanet.com

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, discursa após ser eleito para um terceiro mandato consecutivo como presidente do Partido Liberal Democrata (PLD) em Tóquio, no Japão, em 20 de setembro de 2018. (Xinhua/Du Xiaoyi)

Tóquio, 20 set (Xinhua) -- O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, foi eleito na terça-feira para um terceiro mandato consecutivo como presidente do Partido Liberal Democrata (PLD), que lhe dará a chance de se tornar o mais antigo primeiro-ministro do Japão e buscar sua meta de revisar a Constituição pacifista.

Na eleição de dois candidatos contra o ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba, Abe assegurou 553 de um total de 807 votos válidos emitidos pelos membros do PLD Diet, proporcionalmente cerca de 1 milhão de membros do partido em todo o país, enquanto Ishiba recebeu 254 votos.

Na verdade, Abe recebeu 329 das cédulas dos membros do PLD Diet e 224 dos membros do partido, enquanto Ishiba obteve 73 dos legisladores e 181 dos membros de base, melhor do que esperado, cujos votos se acredita melhor refletir a opinião pública.

"A eleição presidencial demonstrou que o PLD não é de uma só cor", disse Ishiba após a eleição.

Abe, que completa 64 anos na sexta-feira, deixou o cargo de chefe do PDL e primeiro-ministro em 2007, alegando razões de saúde.

Ele assumiu o cargo de primeiro-ministro em 2012 depois que o PLD derrubou do poder o agora extinto Partido Democrático do Japão e foi reeleito sem oposição em 2015 pelo segundo mandato consecutivo de três anos.

No Japão, o líder do partido ou coalizão partidária que ocupar mais da metade dos assentos na câmara baixa assumirá a posição de primeiro-ministro e não há limite para o mandato do primeiro-ministro.

O terceiro mandato consecutivo de Abe como presidente do PDL expirará em setembro de 2021, e como o PDL e seu parceiro de coalizão, Komeito, dominam as duas câmaras do parlamento nacional, isso significa que Abe também tem chance de servir como primeiro-ministro pelos próximos três anos.

A vitória na quinta-feira também dará a Abe a oportunidade de pressionar por seu plano de rever a Constituição pacifista do Japão pela primeira vez desde que entrou em vigor em 1947.

Abe propôs no ano passado fazer referência explícita às Forças de Autodefesa do Japão no artigo 9 da Constituição que renuncia à guerra, para pôr fim aos argumentos de que as tropas japonesas são "inconstitucionais".

"Agora é hora de fazer uma revisão da Constituição", disse Abe na quinta-feira após vencer a eleição.

Abe pediu ao partido do governo que apresente um projeto de lei para emendar a Constituição na extraordinária sessão do Diet neste outono.

Especialistas no país, no entanto, acreditam que as tentativas de revisão constitucional de Abe ainda enfrentam muitas dificuldades.

"Com as eleições locais, a abdicação do imperador e a eleição para a câmara alta no próximo ano, seria muito difícil para o primeiro-ministro forçar a revisão constitucional em meio ao caos político e à objeção pública", disse Ukeru Magosaki, ex-funcionário do Ministério do Exterior japonês.

Yu Uchiyama, professor da Universidade de Tóquio, disse que Abe pode ter que renunciar se a lei de revisão constitucional for rejeitada por um referendo nacional depois de ser forçada pelo Parlamento.

Uma pesquisa recente da Kyodo mostrou que 49% dos entrevistados eram contra a intenção de Abe de apresentar uma lei de revisão constitucional no outono, enquanto 36,7% disseram que apoiaram o projeto.

Abe irá reformular seu gabinete e a formação do partido em outubro, informou a mídia local, citando fontes do governo.

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