Cientista pede abordagem global conjunta contra lagarta-do-cartucho
Nairóbi, 18 set (Xinhua) -- A invasão das lagartas-do-cartucho (FAW, na sigla em inglês para Fall Army Worms) exige uma abordagem global conjunta para impedir que se espalhe ainda mais para outras regiões, disse um cientista na terça-feira.
Segenet Kelemu, diretora geral do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos (ICIPE, na sigla em inglês), disse que a velocidade com que a praga atravessa o mundo destruindo fazendas é preocupante.
"Há necessidade de uma abordagem global conjunta, já que a praga, apesar dos esforços para administrá-la, continuou a se espalhar", disse Kelemu durante uma sessão de compartilhamento de informações sobre o controle das lagartas-do-cartucho, em Nairobi, África.
Kelemu observou que uma incidência recente na Índia, onde a praga foi relatada, mostra que nenhum país ou região está imune a seus efeitos.
Kelemu disse que a lagarta-do-cartucho se espalhou em 40 países da África Subsaariana (SSA, na sigla em inglês) em menos de dois anos, causando danos severos.
"O fato de lagartas-do-cartucho terem sido relatadas recentemente na Índia e em partes do sudeste da Ásia é um sinal de que pesquisadores e outras partes interessadas devem concordar com um esforço conjunto que vise impedir sua disseminação", observou Kelemu.
Ela disse que a lagarta-do-cartucho, que danifica as principais safras de segurança alimentar como o milho e o sorgo, causou danos avaliados em 6,2 bilhões de dólares, em menos de dois anos, apenas na SSA.
Kelemu saudou o governo da Etiópia por incentivar os agricultores a adaptar a tecnologia de empurrar e puxar na gestão da praga.
Ela anunciou que o ICIPE está se mudando para os países da África Austral para ajudar a popularizar o uso da tecnologia “push and pull”.
"Estamos no processo de desenvolvimento de uma gestão integrada de pragas para lagartas-do-cartucho específica para a África", acrescentou.
Gabriel Rugalema, representante da Organização de Alimentos e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) no Quênia, disse à Xinhua na terça-feira que a organização não está cedendo à luta contra a praga.
"Estamos conduzindo uma pesquisa adicional, além de treinar agentes de extensão agrícola para ajudar os agricultores a identificar a praga", disse ele.
Rugalema observou que, apesar dos esforços para sua gestão, a lagarta-do-cartucho se tornou resistente e continua destruindo fazendas no país.
"Com sua intensidade, é preciso ter uma abordagem elaborada dos interessados para ajudar a impedir que a praga destrua as plantações", acrescentou Rugalema.
Ele pediu que os agricultores pratiquem a rotação de culturas e parem de reciclar sementes velhas, plantando sementes híbridas para ajudar a reduzir os efeitos das lagartas-do-cartucho.
Zachary Kinyua, diretor-assistente de Organização de Pesquisa Agrícola e Pecuária do Quênia (KALRO, na sigla em inglês), observou que a lagarta-do-cartucho ainda está em estado de emergência.
Kinyua acrescentou que formas sustentáveis de gestão estão sendo desenvolvidas ao lado de uma solução duradoura.
"Estamos focados nas variedades de milho resistentes, bem como à procura de inimigos naturais através do Manejo Integrado de Pragas (IPM, na sigla em inglês)", disse ele.
Ele pediu que os agricultores apliquem a coleta mecânica das pragas, além de pulverizar pesticidas a tempo.
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