Política australiana critica cultura de intimidação contra mulheres no parlamento

Camberra, 13 set (Xinhua) -- A política australiana, Julia Banks, condenou o comportamento "intimidador" e "perseguidor" difundido no parlamento do país.

Dirigindo-se à Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira, Banks disse ela já foi submetida a comportamentos de "assédio moral e intimidação - sexual ou não" durante sua breve carreira parlamentar.

Em agosto, Banks anunciou que não se candidataria para sua sede em Chisholm, nos subúrbios do leste de Melbourne, na próxima eleição, citando a queda do ex-primeiro-ministro Malcolm Turnbull e a "perseguição e intimidação" das mulheres na política como sendo "a última gota".

"Na minha jornada política, uma cultura de comportamento terrível tem sido disseminada, difundida e intimidadora como as formigas brancas", disse ela na noite de quarta-feira.

Ela disse que se aposentar da política era uma resposta "eficaz e palatável" ao comportamento que ela experimentou.

"Não estou dizendo que estou ignorando o comportamento", ela explicou, "ir embora é muito poderoso e há muitos homens, mas particularmente muitas mulheres, no local de trabalho que fizeram isso".

"Da mesma forma, milhares de pessoas adorariam, mas não podem se dar ao luxo de fazê-lo por uma série de razões."

Banks dedicou seu discurso a pessoas que não estavam em condições de falar sobre assédio por medo de reações adversas.

Um relatório histórico divulgado pela Comissão de Direitos Humanos da Austrália na quarta-feira revelou que 39% das mulheres e 26% dos homens foram assediados sexualmente no trabalho nos últimos cinco anos, mas apenas 17% relataram o incidente.

"Estas são geralmente as mesmas razões que impedem as mulheres de falar ou preencher relatórios oficiais por seu comportamento, então, para todas aquelas mulheres, este discurso é por você", disse Banks.