Escritor chinês de ficção científica fala sobre o futuro de humanidade

Shanghai, 14 set (Xinhua) -- Liu Cixin, autor do bestseller de ficção científica "O Problema dos Três-corpos", disse que a prevalência da ficção científica na China ajuda a geração mais jovem a se ver membro da sociedade e a adotar uma visão de longo prazo sobre o futuro da humanidade.

Em um diálogo na quarta-feira com Sheldon Brown, professor visitante do Programa de Artes de Mídia Interativa da Universidade de Nova York (NYU) em Shanghai, Liu falou de sua obra e do futuro da humanidade.

"O terreno comum das obras de ficção científica no Oriente e Ocidente é muito maior que a diferença entre elas, o que é a maior diferença entre a ficção científica e a literatura tradicional", disse Liu.

Liu disse que suas obras sempre veem o destino da humanidade como um todo e não como povos separados por nacionalidades ou raças, o que ecoa o conceito da escritura de ficção científica nos Estados Unidos durante suas décadas douradas de l940 a 1950.

"Influídos pela ficção científica, a geração mais jovem da China também vê além de sua própria vida diária e se preocupa com o destino da humanidade", disse Liu.

Conforme a inteligência artificial avança e se expande em diversas áreas, surgem preocupações com o fato de que os robôs possam apoderar-se dos trabalhos dos humanos e, inclusive, do planeta. Mas de acordo com Liu, um otimista racional, o mais importante é não estabelecer nenhuma zona proibida na ciência.

"O maior risco é impedir o desenvolvimento da ciência em vez do desenvolvimento drástico de uma certa tecnologia", disse Liu. "A humanidade terá um futuro brilhante, mas a chave fica na escolha ampla."

"O Problema do Três-corpos", que tornou Liu o primeiro asiático a ganhar o prêmio Hugo, será produzido em filme.

"A ficção científica é mais apropriada para ser apresentada por imagens em vez de palavras", disse Liu, acrescentando que os filmes podem ajudar a atrair mais interesse na ficção científica.