China está pronta para investidores internacionais, diz banqueiro europeu
Shanghai, 12 set (Xinhua) -- À medida que os incentivos de política da China abrem mais o mercado financeiro do país e encorajam mais investimentos transfronteiriços, tais ações auxiliam a impulsionar o uso internacional do renminbi (RMB, moeda chinesa) e reforçar o reconhecimento do yuan como uma moeda investível, disse à Xinhua Stefan Hoops, co-diretor mundial do Deutsche Bank para cobertura institucional & tesouraria, em uma entrevista.
A MSCI, empresa de índices do mercado acionário, prosseguiu com a segunda fase da inclusão parcial das ações chinesas no MSCI Emerging Markets Index. O fator da inclusão das ações cotadas nas bolsas da China continental dobrou para 5%, a partir de 3 de setembro.
"A China está pronta para os investidores internacionais. A inclusão das ações chinesas no China MSCI, a inclusão do RMB na Cesta do SDR (direito especial de saque), assim como a Conexão da Operação das Bolsas Shanghai-Hong Kong, são uma validação de que o mercado financeiro chinês atingiu uma fase em que se tornou relevante, acessível e comerciável", disse o banqueiro europeu.
Em 31 de agosto, a Comissão Reguladora de Valores da China esboçou as Cláusulas sobre a Supervisão e Administração de Recibos Depositários sob o Programa da Conexão da Operação das Bolsas entre as Bolsas de Valores de Shanghai e Londres. Hoops acredita que esse iminente programa trará muitas oportunidades para ambos os mercados de capital.
Enquanto o fundo internacional vem entrando no mercado acionário chinês, o programa de conexão de bônus, um novo esquema de acesso mútuo ao mercado, com que os investidores da parte continental da China e do exterior podem fazer transações nos mercados de bônus em Hong Kong e na parte continental, possibilitando que os investidores internacionais entrem diretamente no mercado chinês de bônus.
"Os programas de conexão de operação para ações e bônus e a inclusão das ações chinesa no MSCI são dois componentes muito importantes. O primeiro desperta o interesse ativo em sua direção, e o segundo não só abre a porta para os investidores interessados, mas também estimula todos os investidores a aumentar o foco na China", comentou. "O nível de conhecimento sobre o mercado chinês cresceu em grande escala nos últimos 12 meses, porque todo mundo tem pensado sobre isso."
Na medida em que a China aumenta a abertura de seus mercados de capital e neste processo torna sua moeda mais atraente ao investimento, isso incitará mais a demanda pelo RMB por parte dos investidores internacionais e permitirá que mais gerentes de ativos adotem o RMB como uma de suas principais moedas de portfólio, disse Lee Beng Hong, chefe para a China dos mercados mundiais do Deutsche Bank.
Dado o crescimento vertiginoso da economia chinesa nos últimos 20 anos, Hoops espera que os investidores institucionais chineses estejam cada dia mais interessados em investir no exterior e a classe média em ascensão irá gerar uma demanda maior pela diversificação da gestão patrimonial mundial.
Segundo Hoops, o investimento direto estrangeiro feito pela China no exterior virou dramaticamente a direção para a Europa desde a América do Norte nos primeiros seis meses de 2018. Em julho, a China lançou a 18ª rodada de negociações do tratado de investimento com a União Europeia, sinalizando sua disposição a esse respeito.
"Sempre existiu certa hesitação ao permitir que as empresas chinesas fizessem fusões e aquisições na Europa. No futuro, haverá uma crescente abertura do lado europeu para se engajar com a China", disse Hoops.
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