África não tem crise de dívidas, diz presidente do Banco Africano de Desenvolvimento
Beijing, 6 set (Xinhua) -- Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, negou a suposta crise de dívidas nos países africanos em uma entrevista no âmbito da Cúpula de Beijing do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, em inglês).
"Quero deixar bem claro que: a África absolutamente não está em crise de dívidas", disse Adesina à imprensa após um debate do Diálogo de Alto Nível entre Líderes e Representantes Empresariais China-África, que foi concluído na terça-feira como parte da Cúpula de Beijing do FOCAC.
A África registrou uma proporção geral dívida/PIB de 37% no ano passado, que, embora superior aos 22% de 2010, ainda está dentro do limite razoável para os países de baixa renda, indicou Adesina, enfatizando que a proporção é significativamente inferior aos 100% ou 150% de muitos países de renda mais elevada e aos 50% das economias emergentes.
Durante anos, a China vem concedendo empréstimos a países africanos que necessitam urgentemente de estradas, usinas e fábricas, já que esses tipos de infraestruturas são consideradas uma pré-condição para esses países impulsionarem a industrialização e alcançarem a prosperidade.
Segundo os observadores africanos, os investimentos chineses na África não adicionarão nenhum peso de dívidas ao continente. Ao contrário, eles aliviarão o ônus delas a longo prazo.
Os empréstimos chineses foram principalmente dedicados às infraestruturas na África, que são fundamentais para atrair o investimento direto estrangeiro. Se um país tem boa infraestrutura, os investidores virão e criarão empregos e gerarão mais rendimento para os respectivos governos.
"Os países africanos estão desesperados por infraestrutura. A população está crescendo, a urbanização está acontecendo e o espaço fiscal é muito limitado", afirmou o presidente do banco. "Eles estão impondo muito mais dívidas, mas da maneira correta."
Um plano de cooperação em infraestruturas China-África incentivará as empresas chinesas a participar do desenvolvimento africano nesse campo, com foco na energia, transporte, telecomunicações e recursos hídricos transfronteiriços.
Estabelecido em 2000, o FOCAC opera como uma importante plataforma para a China e a África buscarem uma cooperação de ganho recíproco.
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