Indústria de ginseng dos EUA é prejudicada com atuais atritos comerciais entre EUA e China
Por Liu Chen e Hu Youson
Washington, 15 ago (Xinhua) -- Joe Heil cultiva ginseng há mais de 20 anos. Sua fazenda em Wisconsin com 50 acres de ginseng era lucrativa. Recentemente, no entanto, o medo de ter prejuízos aparece em sua mente.
À medida que os atritos comerciais com a China se intensificaram, alguns clientes que manifestaram interesse em comprar o ginseng de Wisconsin recuaram. "Eles estão com medo do que as tarifas vão fazer às suas margens (de lucro)", disse o produtor, de 46 anos, à Xinhua.
Devido ao bom solo e clima, Wisconsin é bem conhecido por seu ginseng de alta qualidade, que responde por mais de 90% da produção total de ginseng cultivada nos Estados Unidos.
A maioria dos produtos de ginseng dos EUA é exportada para países asiáticos, onde acredita-se que a raiz de ginseng, geralmente consumida em bebidas ou sopas, seja boa para a saúde. Apelidado de "rei das ervas", acredita-se também que o ginseng contém alto valor medicinal na medicina tradicional chinesa.
Como medida preventiva contra o movimento unilateral dos Estados Unidos de impor tarifas maciças às importações chinesas, a China suspendeu as concessões tarifárias sobre 128 itens de produtos norte-americanos e passou a impor uma tarifa de 15% sobre 120 itens, incluindo o ginseng.
Desde o início do ano, os Estados Unidos vêm exercendo uma lista de tarifas contra seus parceiros comerciais em todo o mundo. As medidas provocaram represálias por parte dos países afetados, e devem reduzir o crescimento global em 0,5%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A tarifa recém adicionada atrapalhou o negócio de ginseng de Heil. "Eu não posso me dar ao luxo de absorvê-la (a tarifa)", disse ele. "Não é lucrativo o suficiente."
Cerca de 80% dos produtos de Heil são comprados por chineses. Entre outros, estão compradores malaios, japoneses e singapurianos.
Heil viajou para a China várias vezes nos últimos anos. Com "algumas parcerias e amigos" na China, ele pode exportar seus produtos de ginseng diretamente para a China, seu mercado mais importante, sem "pessoas no meio".
Agora, no entanto, "temos que olhar para alguns lugares alternativos para enviar nosso produto", disse Heil.
No entanto, Heil não planejou cortar a produção. "Uma vez que plantamos a semente, são necessários quatro anos antes de termos qualquer coisa para colher", disse ele. "É muito difícil prever o que vai acontecer em quatro anos."
"É muito difícil começar a mexer nos acres que eu plantei, porque afetaria tudo por um longo tempo", acrescentou.
A Tongrentang, uma empresa farmacêutica sediada em Pequim, é outra vítima da tarifa de 15%.
O principal comprador do ginseng de Wisconsin e maior produtor de medicina tradicional chinesa tem seu próprio jardim de ginseng em Wisconsin desde 2017. Assim, fornece diretamente produtos de raiz de ginseng para a China, uma forma econômica de atender à crescente demanda por lá.
A indústria do ginseng não é a única a ser prejudicada nos atritos comerciais, disse Li Nan, vice-gerente geral da filial norte-americana da Tongrentang. Produtores de soja e milho também sofrem sérios prejuízos, com empresas ligadas à agricultura, como equipamentos agrícolas e pesticidas, também entre as vítimas.
"Prejudica a todos", disse Heil. "Eu espero que possamos resolver isso."
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