Mortes violentas no Brasil batem novo recorde com 7 assassinatos por hora

Brasília, 9 ago (Xinhua) -- O Brasil registrou 63.880 mortes violentas em 2017, o maior número de homicídios da sua história, com 7 assassinatos por hora, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Os números representam um aumento de 2,9% nas mortes violentas comparados com os de 2016 e o crescimento contínuo do índice confirma o Brasil como um dos países mais violentos do mundo.

Segundo um balanço do Banco Mundial de 2015 (dados mais recentes), naquele ano, o país tinha registrado um índice de 26,7 mortes violentas por cada 100 mil habitantes, ficando em sexto lugar no ranking dos países mais perigosos, atrás apenas de El Salvador, Honduras, Venezuela, Jamaica, e Trinidad e Tobago.

Em 2017, a taxa de mortes violentas em todo o Brasil alcançou a marca de 30,8 por cada 100 mil habitantes.

O estado do Rio Grande do Norte (nordeste) registrou a maior taxa de mortes violentas por cada 100 mil habitantes, com 68 casos, seguido pelo Acre (63,9) e Ceará (59,1).

São Paulo (10,7), Santa Catarina (16,5) e o Distrito Federal (18,2) são os estados com menores taxas.

As mortes provocadas por policiais nos estados brasileiros aumentaram 20% com relação a 2016, com 5.144 mortes como consequência de intervenções de policiais civis e militares, o que equivale a 14 mortos por dia.

O número de policiais assassinados diminuiu em 4,9% com relação a 2016, chegando a um total de 367 policiais civis e militares vítimas de homicídio em 2017.

No ano passado, 4.539 mulheres foram assassinadas, um aumento de 6,1% em relação a 2016, sendo que 1.133 foram vítimas de feminicídio.

No total, houve 221.238 registros de violência doméstica, o que representa 606 casos por dia.

Os estupros somaram 60.018 casos registrados no país no ano passado, um aumento de 8,4% em relação a 2016.

O FBSP é uma entidade civil integrada por pesquisadores da área de segurança pública que compila estatísticas das secretarias estaduais de segurança e das polícias civil e militar de todo o país.