PM britânica pede à UE para responder à questão da fronteira irlandesa
Londres, 20 de julho (Xinhua) -- A primeira-ministra britânica, Theresa May, divulgou nesta sexta-feira uma mensagem desafiadora à União Europeia sobre um dos maiores obstáculos nas negociações do Brexit, a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
Em um discurso para líderes políticos e empresariais em Belfast, capital da Irlanda do Norte, May disse que havia apresentado seu plano para uma relação comercial com a UE depois que o Reino Unido encerrasse sua adesão ao bloco em março próximo.
"Nós já desenvolvemos nossas propostas e colocamos uma abordagem na mesa (...) agora é só a UE responder", disse May.
Ela disse que a realidade é que qualquer acordo que o Reino Unido consiga com a UE terá de prever a movimentação sem atritos de mercadorias através da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
"Eu disse, constantemente, que nunca poderia haver uma fronteira rígida entre a Irlanda do Norte e a Irlanda", disse May, acrescentando: "Durante o referendo, ambas as campanhas concordaram que a fronteira deve permanecer absolutamente inalterada. Você só precisa falar com empresas perto da fronteira, como fiz ontem, para ver que a noção de uma fronteira rígida é quase inconcebível ".
Ela disse que milhares de pessoas que atravessam a fronteira entre o Reino Unido e a Irlanda no curso normal de suas vidas diárias não podem estar sujeitas a uma fronteira rígida quando vão trabalhar, visitam um vizinho ou vão ao supermercado.
"Na Irlanda do Norte de hoje, onde uma fronteira contínua permite níveis de comércio e cooperação sem precedentes no norte e no sul, qualquer forma de infraestrutura na fronteira é um conceito estranho. As consequências práticas para o dia a dia das pessoas são apenas parte da história. "
Sob proposta de Bruxelas, a Irlanda do Norte estaria representada nas negociações comerciais e na Organização Mundial do Comércio sobre tarifas pela Comissão Europeia, e não pelo seu próprio governo nacional, disse May.
"O deslocamento econômico e constitucional de uma fronteira alfandegária formal 'de terceiro país' dentro de nosso próprio país é algo que eu nunca aceitaria e acredito que nenhum primeiro-ministro britânico jamais aceitaria", acrescentou May.
"A realidade é que qualquer acordo que tenhamos com a UE terá que prever a movimentação sem atritos de mercadorias pela fronteira da Irlanda do Norte", disse ela.
May disse que alguns argumentam que o Reino Unido deveria declarar que não vai impor nenhuma checagem na fronteira depois do Brexit, e se a UE exigisse que o governo irlandês introduzisse checagem, a culpa caberia a eles.
Insistindo que isso seria errado, May disse: "Não podemos resolvê-lo sozinhos, mas tampouco podemos lavar nossas mãos de qualquer responsabilidade. Portanto, precisamos trabalhar juntos para resolver isso."
May disse, a fim de mover as negociações com Bruxelas sobre um futuro relacionamento, o Reino Unido precisaria apresentar uma terceira opção credível sobre a mesa.
O Reino Unido ficará fora da União Aduaneira e do Mercado Único Europeu, livre para assinar acordos comerciais com países do mundo inteiro, disse May acrescentando que o Reino Unido terá liberdade regulatória sobre seu setor de serviços, que representa 80% da economia britânica.
O conceito de nenhuma fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda foi consagrado pelo governo dos dois países e apoiado por um referendo em toda a ilha da Irlanda. Foi parte fundamental, há 20 anos, do Acordo de Belfast que levou a um fim de décadas de problemas que levaram a cerca de 3.000 mortes.
"A fronteira livre é uma pedra fundamental sobre a qual o Acordo de Belfast repousa, permitindo o tratamento justo e igual para a identidade e aspirações de ambas as comunidades. Qualquer coisa que prejudique isso é uma violação do espírito do Acordo de Belfast", disse May.
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