Chancelaria chinesa comenta tarifas impostas pelos EUA sobre US$ 200 bilhões de produtos chineses

Beijing, 12 jul (Xinhua) -- A China tomará contramedidas necessárias para defender resolutamente seus direitos e interesses, disse na quarta-feira um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês depois que os Estados Unidos anunciaram na terça-feira uma lista de tarifas sobre US$ 200 bilhões contra bens chineses.

"O comportamento dos EUA é típica 'intimidação comercial'", disse a porta-voz Hua Chunying numa coletiva de imprensa diária.

"Isto é uma guerra entre unilateralismo e multilateralismo, entre protecionismo e livre comércio, e entre poder e regras", opinou Hua. "A China trabalhará com a comunidade internacional para defender juntos o sistema e regras do comércio multilateral."

De fato, a guerra comercial lançada pelos EUA já causou preocupações na comunidade internacional. Os chefes do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde; da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo; ex-presidente do Federal Reserve do EUA, Alan Greenspan; e o presidente do Bank of England, Mark Carney, expressaram suas preocupações ou advertiram sobre as consequências da medida dos EUA.

Segundo Hua, os países são interdependentes e compartilham suas felicidade e aflições, pois suas economias são integradas à cadeia industrial e de valor do mundo em graus variados.

Seguir a mentalidade obsoleta de soma zero e lançar uma guerra comercial não só prejudica os interesses das duas partes diretamente envolvidas, mas também os outros na cadeia industrial global. Não haverá nenhum vencedor, disse Hua.

Quarenta por cento dos bens chineses exportados e dois terços dos da alta tecnologia e exportados são feitos pelas empresas estrangeiras na China, segundo Hua.

"Os EUA não estão apenas atirando contra o mundo inteiro, mas também contra si mesmos", disse Hua. "Autoridades dos círculos econômicos do mundo disseram que o comportamento irracional dos EUA é perigoso e desacreditado e prejudica eles mesmos e os outros."

Ela pediu à comunidade internacional que rejeite resolutamente o unilateralismo, se oponha ao protecionismo e defenda o sistema de comércio multilateral e as regras do livre comércio.