Nove países europeus assinam tratado para criar força militar conjunta
Bruxelas, 25 jun (Xinhua) -- Ministros da Defesa de nove membros da União Europeia se reuniram em Luxemburgo nesta segunda-feira para assinar uma intervenção militar europeia conjunta, iniciativa liderada pela França e apoiada pela Grã-Bretanha, que busca manter laços de defesa após o Brexit.
Uma carta de intenções sobre a chamada Iniciativa Europeia de Intervenção (EII) foi assinada na segunda-feira pela França, Alemanha, Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca, Holanda, Estônia, Espanha e Portugal, informou a mídia.
A ministra da Defesa da França, Florence Parly, tuitou na segunda-feira que o objetivo da EII era "nossas forças aprenderem a se conhecer e agir juntas". "Estaremos prontos para antecipar crises e responder de forma rápida e útil", acrescentou.
Em entrevista publicada na noite de domingo no jornal francês Le Figaro, ela disse que a Itália ainda está pensando em se juntar aos nove primeiros países, embora Roma tenha recuado de seu apoio inicial à iniciativa desde a eleição de seu novo governo.
Como uma iniciativa estabelecida fora dos quadros da UE e da OTAN, a EII permitiria aos co-signatários reagir a situações próximas das fronteiras da Europa sem a necessidade de apoio por parte dos Estados Unidos.
O Ministério da Defesa francês indicou que a EII envolveria "um trabalho de planejamento conjunto em cenários para crises potenciais capazes de ameaçar a segurança europeia", como desastres naturais, evacuações em massa de cidadãos e outros eventos.
"Uma Defesa da Europa precisa de uma cultura estratégica compartilhada", disse Parly.
"Se fosse necessário reviver uma operação como a Serval no Mali, gostaríamos de poder fazê-lo como várias partes. E, no entanto, o tempo necessário e as decisões necessárias no âmbito da UE são demasiado longos no que diz respeito à urgência, o que poderia dar origem a uma situação crítica em um país onde os europeus considerariam que há altos riscos para sua segurança", disse a ministra da Defesa francesa.
A Iniciativa Europeia de Intervenção foi proposta pela primeira vez pelo presidente Francês Emmanuel Macron em um discurso de setembro de 2017, mas foi recebida com ceticismo diante das recentes decisões da UE de criar marcos para a Defesa Comum Europeia, como o acordo PESCO, bem como decisões recentes da OTAN de renovar e reforçar as suas operações e capacidades na Europa.
Observadores observam que Macron previu a necessidade de manter a forte cooperação de defesa com a Inglaterra depois do Brexit, com Parly dizendo: "Esta é claramente uma iniciativa que permite a associação de alguns Estados não-membros da UE. O Reino Unido tem sido muito bom porque quer manter a cooperação com a Europa além dos laços bilaterais".
A Grã-Bretanha tem tradicionalmente hesitado em aderir a iniciativas de defesa que poderiam competir ou sobrepor-se com as capacidades da OTAN, mas a pressão para manter laços com a UE pós-Brexit , particularmente num período em que as relações da OTAN têm estado sob tensão, levou Londres a apoiar a EII.
A Alemanha, inicialmente relutante também, assinou a EII depois de assegurar com Paris que a iniciativa manteria "fortes vínculos" com o acordo PESCO, lançado no âmbito dos tratados da UE, e co-assinado por 25 dos 28 membros do bloco.
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