EUA anunciam saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU

2018-06-21 09:52:27丨portuguese.xinhuanet.com

Washington, 19 jun (Xinhua) -- Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira sua saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU, marcando mais uma retirada do governo Trump de uma instituição internacional.

A representante permanente dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse que o conselho não conseguiu conduzir as "grandes, dramáticas e sistemáticas mudanças" exigidas pelos Estados Unidos.

"Como havíamos dito que faríamos há um ano, se não víssemos nenhum progresso, os Estados Unidos está oficialmente se retirando do Conselho de Direitos Humanos da ONU", disse Haley em uma coletiva de imprensa conjunta com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

Ela acusou o conselho de ser "um protetor dos violadores dos direitos humanos e um escoadouro de parcialidade política".

Ela também criticou o conselho como uma "organização hipócrita e egoísta", dizendo que ela aceitou nações indignas como membros e nutria "um foco desproporcional e uma hostilidade interminável em relação a Israel".

A saída marca a mais recente retirada dos EUA de organizações multinacionais e tratados, após já ter se retirado do acordo climático de Paris, o pacto global da ONU sobre migração, o órgão de cultura e educação da ONU, a UNESCO, bem como o acordo nuclear com o Irã.

Logo após o anúncio dos EUA, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou seu pesar pela decisão dos EUA.

"O secretário-geral teria preferido que os Estados Unidos permanecessem no Conselho de Direitos Humanos", disse Stephane Dujarric, porta-voz do chefe da ONU, em uma nota aos correspondentes. "A arquitetura dos direitos humanos da ONU desempenha um papel muito importante na promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo".

Além disso, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, respondeu que a retirada dos EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, é "decepcionante, se não realmente surpreendente".

"Dado o estado dos direitos humanos no mundo de hoje, os EUA deveriam estar intensificando, e não recuando", disse Zeid no Twitter.

Christopher Galdieri, professor assistente do Saint Anselm College, disse que a retirada é "uma convergência" de "uma antiga antipatia em relação à ONU em geral por parte da direita americana" e "a visão de Trump de que as relações internacionais deveriam ser transacionais e beneficiar os EUA".

"Esta é mais uma ação com efeito de longo prazo que isolará os EUA de seus aliados e de outras nações", disse ele à Xinhua. "Eu não sei a maioria desta administração se importa com normas e regras internacionais ."

A retirada também ocorreu no momento em que a administração Trump enfrenta críticas intensas por sua política recentemente introduzida que separa crianças de pais que foram presos por cruzarem ilegalmente do México para os Estados Unidos.

Na segunda-feira, o chefe da ONU expressou oposição, dizendo acreditar que as crianças não devem ser traumatizadas ao serem separadas de seus pais.

Zeid disse estar profundamente preocupado com as políticas dos EUA que "punem as crianças pelas ações de seus pais", conclamando Washington a encerrar imediatamente a prática "inconsciente" de separação forçada dessas crianças.

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