Candidata brasileira Marina Silva afirma que relações com a China devem ser ampliadas
Rio de Janeiro, 9 jun (Xinhua) -- A pré-candidata às eleições presidenciais brasileiras de outubro, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira que as relações bilaterais com a China, país que desde 2009 é o principal parceiro comercial do Brasil, são muito importantes e têm espaço para serem cada vez mais ampliadas.
Em entrevista concedida hoje no Rio de Janeiro à correspondentes estrangeiros, a líder do partido Rede Sustentabilidade Marina Silva disse à Xinhua que o Brasil mantêm relações relevantes com a China, "principalmente no que se refere às exportações de produtos agrícolas e minérios," destacando que há espaço para ampliar cada vez mais essas relações.
"Do ponto de vista dos investimentos, acho possível uma ampliação, desde que dentro dos critérios ambientais e de relações transparentes e não se tenha nenhuma dúvida com relação ao controle de setores estratégicos da economia brasileira", disse.
Além do investimento nas relações comerciais, Marina Silva citou o interesse em trocas do ponto de vista tecnológico. "A China tem grandes investimentos na agenda de energias renováveis, é um dos países que mais investe em energia solar e energia eólica, com alta tecnologia", destacou.
Para a candidata, essas trocas seriam feitas através de acordos de cooperação tecnológica, ao invés de transferência de tecnologia. "Acho que nesse sentido, há um espaço muito interessante nas relações com a China", concluiu.
Questionada sobre como vê o papel do Brasil na América Latina, declarou que, em sua opinião, as relações devem ir além dos aspectos econômicos e comerciais. "É preciso uma relação de troca do ponto de vista social, do ponto de vista cultural, um atravessamento maior do Brasil no contexto da América Latina e vice-versa."
Embora tenha afirmado que o papel do Brasil é "liderar pelo exemplo", admitiu que "infelizmente", o país não tem condições, no momento, de exercer essa missão em várias agendas, porque "está perdido dentro de uma crise econômica, uma crise de valores e uma greve crise política" e acusou os governos atual e anteriores de "não ter conseguido enxergar a América Latina como um espaço fantástico".
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