Setor empresarial mexicano rejeita substituição do NAFTA por acordos comerciais bilaterais

Cidade do México, 5 de junho (Xinhua) -- O influente Conselho de Coordenação Empresarial do México (CCE) rejeitou nesta terça-feira uma possível iniciativa dos Estados Unidos de negociar acordos separados com o Canadá e o México para substituir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA).

Em discurso em uma conferência da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico na Cidade do México, o presidente do CCE, Juan Pablo Castanon, insistiu que um acordo trilateral seria um resultado mais desejável.

"Acreditamos que (buscando) as sinergias que podem existir entre os três países seria o melhor que podemos fazer para a competitividade da região", disse o líder do CCE.

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que preferiria abandonar completamente o NAFTA e buscar dois acordos bilaterais com o Canadá e o México separadamente.

O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse na terça-feira que Trump está considerando seriamente essa possibilidade.

Em resposta, Castanon disse que continuar com o NAFTA tornaria a região "a mais competitiva do mundo". "Devido a isso, insistimos que deve haver uma negociação trilateral", acrescentou.

Ele também disse que as recentes tarifas entre os Estados Unidos e o México poderiam prejudicar seriamente as negociações do NAFTA, especialmente porque estão atualmente se aproximando de suas etapas finais.

Os Estados Unidos, o México e o Canadá estão renegociando o NAFTA desde agosto de 2017, quando Trump o criticou por prejudicar a economia dos EUA.

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, anunciou nesta quinta-feira que as tarifas americanas de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre as importações de alumínio serão aplicadas à União Europeia, Canadá e México a partir de 1º de junho.

O México respondeu com medidas semelhantes na terça-feira, visando os setores de aço, alumínio e agricultura dos EUA, a um custo econômico estimado em 3 bilhões de dólares.