Inteligência artificial supera médicos no diagnóstico de câncer de pele

Washington, 30 mai (Xinhua) -- Um novo estudo realizado por uma equipe de pesquisadores internacionais mostrou pela primeira vez que a Inteligência Artificial (IA) tem um desempenho melhor do que a maioria dos dermatologistas na detecção do câncer de pele.

O estudo, publicado segunda-feira na revista Annals of Oncology, treinou uma Rede Neural Convolucional (CNN, sigla em inglês) de aprendizagem profunda, uma forma de IA, para identificar câncer de pele, mostrando mais de 100.000 imagens de melanomas malignos e sinais benignos.

Eles então compararam seu desempenho com o de 58 dermatologistas internacionais.

Em média, os dermatologistas humanos detectaram com precisão 86,6% dos melanomas de um conjunto de 100 imagens, enquanto o algoritmo CNN detectou 95% dos melanomas, de acordo com o estudo.

"A rede CNN deixou escapar menos melanomas, o que significa que tem uma sensibilidade maior do que os dermatologistas", disse Holger Haenssle, primeiro autor do estudo e professor da Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

O estudo também mostrou que o algoritmo CNN diagnosticou menos sinais benignos como melanoma maligno, o que significa que tinha uma maior especificidade.

"Isso resultaria em menos cirurgias desnecessárias", disse Haenssle em um comunicado publicado no EurekAlert, um site de notícias da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

A cada ano, estima-se que haja 232.000 novos casos de melanoma maligno no mundo e cerca de 55.500 mortes pela doença, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, uma agência especializada em câncer da Organização Mundial de Saúde.

Pode ser curada se detectada precocemente, mas muitos casos só são diagnosticados quando o câncer está mais avançado e mais difícil de tratar.

Embora o algoritmo da CNN não substitua os médicos humanos, os pesquisadores acreditam que ele pode ser usado para ajudar os médicos a diagnosticar o câncer de pele mais rápido e melhor.

No entanto, eles também admitiram que há muito mais trabalho a ser feito para implementar essa tecnologia de IA com segurança nos cuidados clínicos de rotina.