Juiz dos EUA adia julgamento de Manafort, ex-chefe de campanha de Trump

Washington, 25 mai (Xinhua) -- Um juiz federal no estado da Virgínia, leste dos Estados Unidos, adiou o julgamento de Paul Manafort, ex-presidente de campanha do presidente Donald Trump por duas semanas, informou a imprensa local nesta sexta-feira.

A data do julgamento foi remarcada para 24 de julho, disse o juiz T.S. Ellis. Ele havia inicialmente marcado a data do julgamento para 10 de julho.

O adiamento é "devido ao procedimento médico de um membro da família", disse o juiz, sem maiores detalhes.

Em março, Manafort declarou-se culpado de 18 acusações criminais, incluindo fraude bancária e fiscal em um tribunal federal na Virgínia. Na época, os promotores disseram no tribunal que planejavam chamar de 20 a 25 testemunhas para o julgamento que poderia durar até duas semanas. Se condenado, Manafort enfrentará até 305 anos de prisão.

Manafort passará por dois julgamentos separados este ano. Outro julgamento sobre acusações federais em Washington D.C. está marcado para começar em 17 de setembro e deve se estender por várias semanas.

Em Washington D.C., Manafort é acusado de fazer declarações falsas sobre o seu trabalho de lobby estrangeiro para os políticos ucranianos pró-Rússia e de se engajar em uma conspiração de lavagem de dinheiro. Essas acusações trariam uma provável sentença de 15 a 20 anos de prisão, caso Manafort seja considerado culpado.

Todas as acusações, que Manafort negou em ambos os tribunais, foram feitas durante a investigação do Procurador Especial Robert Mueller sobre a suposta interferência russa nas eleições de 2016 dos EUA e possível conluio com a campanha de Trump.

O sócio de Manafort, Rick Gates, também ex-assessor de campanha de Trump, se declarou culpado de acusações de conspiração contra os Estados Unidos e de fazer declarações falsas ao FBI, quebrando um acordo com Mueller.

"Manafort e Gates geraram dezenas de milhões de dólares em renda como resultado de seu trabalho na Ucrânia", disse uma acusação em fevereiro, "De aproximadamente 2006 até o presente, Manafort e Gates se engajaram em um esquema para esconder sua renda das autoridades dos Estados Unidos, enquanto se aproveitavam do dinheiro ".

Manafort e Gates foram inicialmente indiciados em outubro por acusações de conspiração e fraude decorrentes de seu lucrativo trabalho de lobby na Ucrânia. As autoridades na época disseram que Manafort lavou mais de 18 milhões de dólares.

Trump negou vigorosa e repetidamente qualquer conluio entre sua campanha e Moscou durante as eleições. O governo russo também rejeitou repetidamente as acusações de interferência.