Força-tarefa australiana é criada para combater vírus misterioso em comunidades aborígenes

Camberra, 25 mai(Xinhua) -- O governo australiano criará uma força-tarefa de especialistas em saúde para combater o alarmante problema do HTLV-1, um vírus encontrado em comunidades aborígenes numa taxa 1.000 vezes maior do que qualquer outro lugar do mundo.

O ministro da Saúde, Greg Hunt, anunciou na sexta-feira que o governo gastaria 6 milhões de dólares para organizar o grupo, composto por médicos, organizações de saúde aborígines e funcionários do governo, e se concentrar no combate ao HTLV-1, ou vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1.

Atualmente, não há estratégia na Austrália para prevenir o vírus, transmitido por sexo sem proteção, contato com o sangue e amamentação, o que pode causar uma forma rapidamente fatal de leucemia e uma inflamação debilitante da medula espinhal. Não há vacina e o teste para o HTLV-1 não é subsidiado.

Hunt disse à Australian Broadcasting Corporation (ABC) na sexta-feira que deseja "ação rápida para testes iniciais" e pedirá à Agenda de Benefícios Médicos (MBS, em inglês) um força-tarefa que investigue a possibilidade de tornar o teste mais acessível.

"Se tivermos um teste, podemos ter um tratamento e nos concentrar em pesquisas sobre uma cura, o que poderá fazer uma grande diferença para a saúde das mães e dos bebês", disse Hunt.

Em várias comunidades na região de Alice Springs, no Território do Norte, 45% dos adultos têm HTLV-1; além disso, o vírus também está associado a uma condição pulmonar grave e frequentemente fatal chamada bronquiectasia.

O HTLV-1 é um parente distante do HIV e foi detectado em 1979 nos Estados Unidos, e mais tarde identificado em comunidades indígenas na Austrália em 1988.

Como a ABC divulgou no mês passado, uma pesquisa do Instituto Baker do Coração e Diabetes indicou que milhares de indígenas na Austrália Central, sem saber, têm HTLV-1, que pode causar doenças graves em 5-10 % dos portadores.