Brasil e China têm parceria sólida e confiável, diz presidente da Apex-Brasil

2018-05-18 18:05:10丨portuguese.xinhuanet.com

Por correspondente da Xinhua, Wang Yiduan

Beijing, 18 mai (Xinhua) -- "O Brasil e a China têm uma parceria muito sólida e essa parceria é uma constante e confiável". As palavras são do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Roberto Jaguaribe, em uma entrevista exclusiva à Xinhua, realizada nesta quinta-feira em Beijing.

Jaguaribe veio à capital chinesa para participar de um workshop de alinhamento com setores de promoção comercial das Embaixadas do Brasil na Ásia, que tem como objetivo discutir como melhor promover o comércio e atrair o investimento no continente.

"A relação entre o Brasil e a China não é uma que vai depender de governos ou de políticas, mas é estrutural. A China já é uma economia com muita capacidade e também com muitas demandas, especialmente nas áreas de energia, minérios e alimentos, enquanto o Brasil é um país muito bem situado para ser provedor dessas demandas chinesas, em quantidade, qualidade e em confiabilidade, de que temos uma perspectiva sempre promissora sobre a relação comercial", disse Jaguaribe. Ele acrescentou que o Brasil e a China compartilham preocupações e visões semelhantes sobre grandes questões mundiais, o que também facilita essa relação.

Segundo Jaguaribe, o Brasil está se preparando ativamente para participar da 1ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, na sigla em inglês), para a qual enviará uma grande missão e terá um grande espaço. O evento será realizado em Shanghai em novembro e reflete os últimos esforços do governo chinês para abrir mais o mercado nacional.

Falando sobre a possível elevação de demandas chinesas pela soja do Brasil por causa das disputas comerciais com os EUA, Jaguaribe assinalou que "o Brasil está sempre disposto a exportar os produtos demandados, incluindo elevar a capacidade de plantação de soja e fornecer mais soja". Mas ele também enfatizou que, além de soja, há muitos outros produtos brasileiros que podem ser competitivos no mercado chinês, incluindo carne, café, frutas, assim como produtos de mobiliários, aeronaves, serviços bancários, indústria criativa, arte audiovisual, moda, entre os outros.

"Esperamos exportar cada vez mais carne e cada vez menos soja. Porque a soja é importante para quê? Sobretudo para criar carne. Tanto o Brasil como a China esperam elevar o valor agregado das exportações."

De acordo com números do Banco de Dados Estatísticos de Comércio de Commodities das Nações Unidas (UN Comtrade) citados pela Apex-Brasil, o comércio de soja ocupou 42,8% do total das exportações do Brasil à China no ano passado. Em seguida, minério de ferro, com 21,9%, e petróleo bruto, 15,5%.

Atualmente, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, enquanto o Brasil é o maior parceiro comercial da China na América Latina e o maior destino de investimento chinês na região.

"Os chineses passaram a ser importantes investidores no mundo inteiro, incluindo o Brasil. Especialmente no setor elétrico, a China introduz muita força", assinalou Jaguaribe. Ele destacou que o Brasil vai continuar atraindo investimentos chineses nos setores de infraestrutura e transporte, assim como energias renováveis, tais como eólica e solar.

Em 2018, a Apex-Brasil planeja organizar uma série de atividades na China, incluindo missões de pesquisa, seminários, programa de construção de capacidade, além de participar das feiras comerciais.

"A China é um país que fica do outro lado do mundo e que fala chinês. No Brasil quase ninguém fala chinês. Então as pessoas não entendem a China direito e têm um pouco de medo de vir para cá por não saberem o que esperar. Por isso, a Apex-Brasil tem a obrigação de facilitar o entendimento sobre a China dos produtores e empresários brasileiros que querem fazer negócios internacionais, para que ganhem as oportunidades que a China oferece."

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