Chineses batem novo recorde e ficam 370 dias em laboratório lunar

Voluntários se preparam para deixar o Yuegong-1, ou Palácio Lunar 1, na Universidade Beihang em Beijing, capital da China, em 15 de maio de 2018. Voluntários chineses completaram um ano de testes em um laboratório espacial simulado em Beijing, estabelecendo um novo registro para a mais longa estadia em uma cabine independente. A duração total do teste, que começou em 10 de maio do ano passado, chegou a 370 dias, com a terceira etapa representando 110 dias. Liu Hong, designer-chefe do Yuegong-1, disse que o teste marca a maior permanência em um sistema de suporte à vida bio-regenerativo (BLSS), no qual humanos, animais, plantas e microorganismos coexistem em um ambiente fechado, simulando uma base lunar. (Xinhua/Ju Huanzong)

Beijing, 15 mai (Xinhua) -- Voluntários chineses completaram um teste de um ano vivendo em um laboratório espacial simulado em Beijing, estabelecendo o recorde de estadia mais comprida em uma cabine auto-suficiente.

Na terça-feira quatro estudantes, dois homens e duas mulheres, saíram do Yuegong-1, ou Palácio Lunar-1, na Universidade de Beihang sob os aplauso de acadêmicos, pesquisadores e colegas de faculdade.

O período total de tempo do teste, que começou em 10 de maio do ano passado, atingiu 370 dias, com a terceira etapa durando 110 dias.

Liu Hong, projetista-chefe do Yuegong-1, disse que o teste marca a estadia mais comprida em um sistema de suporte à vida bioregenerativa (BLSS, em inglês), em que humanos, animais, plantas e microrganismos coexistem em um ambiente fechado, simulando uma base lunar. Oxigênio, água e alimentos são reciclados dentro do BLSS, criando um ambiente similar à Terra.

"O sistema é 98% auto-suficiente. Ele se mostrou estável e efetivo no fornecimento de suporte à vida para seus passageiros", disse a porta-voz.

Um total de oito voluntários, todos estudantes da Universidade de Beihang, revezaram para viver na cabine, que mede cerca de 150 metros quadrados.

O BLSS é uma peça importante de tecnologia para a estadia de longo prazo na lua de humanos ou outros organismos, disse Liu.

Pesquisadores avaliarão as condições física e mental dos voluntários, estudarão os resultados dos teste e explorarão equipamentos menores do BLSS que podem ser carregados nos laboratórios espaciais, sondas lunares e marcianas no futuro.

"O teste tem importantes implicações para os esforços de humanos de ficar longos prazos fora da Terra. A experiência, a tecnologia e as descobertas serão conducentes para os esforços de exploração espacial futura", disse Wang Jun, acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia, enquanto saudava os voluntários fora da cabine.

O BLSS também pode ser aplicado nas áreas onde a água é escassa e níveis de oxigênio são baixos, disse ele.

O recorde anterior era da União Soviética, onde três pessoas ficaram por 180 dias em um ecossistema fechado similar no início dos anos 1970.

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