Seminário reúne acadêmicos brasileiros que pesquisam China para dois dias de debate
Por Janaína Camara da Silveira
Campinas, 3 mai (Xinhuanet) -- Pesquisadores brasileiros que se dedicam a estudar aspectos da China - da literatura à filosofia, passando por economia e meio ambiente - estiveram reunidos na última semana na Unicamp, em Campinas, durante o 2º Seminário Pesquisar China Contemporânea. Ao todo, foram 29 painéis sobre a China, apresentados por professores de universidades brasileiras ou por pesquisadores dos níveis de mestrado e doutorado. A Unicamp mantém o Grupo de Estudos Brasil-China, responsável por organizar o evento.
O coordenador do grupo, Thomas Dwyer, estuda o país asiático há mais de uma década, visitando regularmente Beijing e outras cidades chinesas, com foco em projetos de pesquisa e publicações. O objetivo é promover conhecimento entre os dois países.
- Nos encontros formais de pesquisa, optamos por utilizar a tradução e, assim, os pesquisadores sentem-se à vontade para falar a própria língua. Desistimos de usar o inglês, como fazíamos no início, pois algumas vezes, como não era o idioma materno dos pesquisadores, isso acabava por limitar o debate - contou Dwyer na palestra de abertura do evento, exemplificando apenas uma das barreiras na construção de um entendimento maior entre Brasil e China.
Ter um diálogo sem filtros de outros pesquisadores, especialmente europeus e norte-americanos, é central para o grupo no Brasil. Dwyer sustenta que é necessário que os brasileiros busquem pesquisadores chineses, assim como chineses busquem os brasileiros.
Apesar do empenho de diferentes grupos e instituições, ainda é pequena a comunidade de acadêmicos dedicada ao intercâmbio. Entre os estudantes de gradução, um dado apresentado pela professora Wivian Weller, da Universidade de Brasília (UnB) chama a atenção: das mais de 93 mil bolsas concedidas a universitários brasileiros no programa Ciências sem Fronteiras, apenas 280 tiveram como destino a China.
Os projetos de pesquisa ou estudos já realizados apresentados na Unicamp, no entanto, revelam que se ainda há espaço para impulsionar a pesquisa no âmbito das relações sino-brasileiras, o que já existe revela uma gama de temas e também o conhecimento por parte dos pesquisadores.
- No ano passado, o seminário foi realizado apenas para pesquisadores da Unicamp, e neste ano decidimos abrir. Tivemos dezenas de inscritos de todo o Brasil, em temas variados - comemora a doutoranda Mariana Ueta, uma das organizadoras, ao lado de Mariana Barbieri.
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