Fábrica chinesa BYD traz soluções próprias para energia e mobilidade no Brasil

2018-05-03 08:22:20丨portuguese.xinhuanet.com

Por Janaína Camara da Silveira

Campinas, 3 mai (Xinhuanet) -- Campinas, pólo industrial e tecnológico a cerca de cem quilômetros de São Paulo, é a sede da primeira fábrica da chinesa BYD no Brasil. Ali, a empresa produz painéis solares, ônibus, empilhadeiras e rebocadores elétricos e emprega 450 pessoas. Destes, apenas 10 são chineses.

A segunda unidade da BYD no Brasil será inaugurada no início do segundo semestre, em Manaus, voltada à produção de baterias. Antes, em julho, a Unicamp, principal universidade da região e entre as melhores da América Latina, receberá um laboratório para pesquisa em painéis solares que já contou com R$ 5 milhões em aporte da BYD. Outros R$ 5 milhões serão anunciados na inauguração. A certificadora alemã para painéis solares TUV Rheinland é parceira no laboratório.


A BYD, acrônimo para Build Your Dreams (Construa Seus Sonhos), é uma empresa dedicada a criar soluções em energia limpa e mobilidade urbana sustentável. O modelo que a unidade em Campinas apresenta é justamente este: integrar veículos movidos à eletricidade ao abastecimento em estações próprias cuja energia provém da geração fotovoltaica.

- Estamos pesquisando uma operação em que os próprios automóveis poderão servir como fonte de energia para as residências, numa parceria com a CPFL, recentemente adquirida por outra chinesa do ramo de energia, a State Grid - afirmou o diretor de Marketing, Sustentabilidade e Novos Negócios da empresa, Adalberto Maluf.


Segundo o executivo, a BYD quer oferecer soluções de redes inteligentes para cidades inteligentes, ou smart cities. Neste processo, a empresa focou em inovações a partir do que sabe fazer: gerar energia.

- No caso dos automóveis, a BYD sabia que não poderia competir em tecnologia com as grandes fabricantes de veículos com motor à combustão. Então investiu no motor elétrico, e hoje detém uma das mais avançadas tecnologias do mundo - diz Maluf.

No Brasil, a BYD não produz veículos elétricos, mas os revende. Com os ônibus, a empresa é responsável pelo chassis, mas a carcaça são dos parceiros Caio, Macropolo e Volare. Hoje, cerca de 30% dos componentes é brasileira, e o objetivo é nacionalizar 70% do conteúdo.

Segundo Maluf, a adoção de frotas elétricas reduz não apenas a poluição sonora nas grandes cidades, mas as emissões de poluentes, inclusivo nocivos à saúde. A adoção de uma frota mais limpa depende também de incentivos governamentais - na China, de onde vem a BYD, há subsídios para veículos elétricos. O Rota 2030, o programa de incentivos automotivos que deverá substituir o InovarAuto até o final deste ano, deve trazer redução de IPI para estes modelos. Segundo Maluf, os veículos elétricos deverão pagar apenas 7% do imposto, a exemplo de o que hoje já ocorre com os veículos movidos a etanol.

A tecnologia, advinda de pesquisa e desenvolvimento, aparece em outras áreas da empresa, caso dos painéis solares, como conta o gerente de operações da BYD Energy (responsável pela unidade de energia fotovoltaica), Wagner Santos. Segundo ele, uma solução desenvolvida pela BYD junto à Dow garante o dobro de durabilidade das placas solares, chegando a 25 anos.

- Como são feitas 90% de silício, um mineral, o descarte das placas está garantido e programas neste sentido são prioridade na BYD - afirma Santos.

A unidade em Campinas tem capacidade de produção de 20 mega watts ao mês. Já para os ônibus, a produção atual é de até 720 unidades por ano.

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