UNICEF preocupada com meio milhão de crianças afegãs afetadas pela seca

Cabul, 24 abr (Xinhua) -- A escassez de água decorrente da falta de chuvas no final de 2017 e no início deste ano afetou a vida de 500 mil crianças no Afeganistão, informou a Unicef nesta terça-feira.

O impacto sobre as crianças pode ser devastador em 22 das 34 províncias do país, quando as 10 mais pobres províncias no Afeganistão estão com 20% a 30% das fontes de água secas, ameaçando a vida de 1 milhão de pessoas, disse a UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, em um comunicado.

Outros 2 milhões de pessoas podem sentir seus efeitos nos próximos meses, segundo o comunicado.

"Essas áreas têm altas taxas pré-existentes de desnutrição. Sem alimentos nutritivos adequados e água potável, ou para higiene e saneamento, a saúde das crianças só piorará", diz a declaração.

O impacto da seca não poderia vir em pior hora, já que os casos de desnutrição aguda severa, ou desnutrição sazonal, aumentam em média cerca de 25% ao ano nos meses de verão.

Cerca de 1,6 milhão de crianças e 443 mil mulheres grávidas e lactantes sofrem de desnutrição em todo o Afeganistão, de acordo com o comunicado.

"A prioridade é evitar que a situação se deteriore, respondendo às necessidades de crianças e famílias nas áreas mais afetadas", disse Adele Khodr, representante da UNICEF no Afeganistão, acrescentando que as crianças em todo o país já enfrentaram inúmeros desafios e agora irão lidar com esta última ameaça às suas vidas.

Khodr chamou a atenção para a necessidade de garantir que crianças e famílias tenham acesso a alimentos nutritivos, água potável e serviços de saúde, já que o impacto da desnutrição pode durar a vida toda.

A UNICEF e outros parceiros do grupo de nutrição estimam que a assistência nutricional de emergência é necessária para 92.000 crianças afegãs e 8.500 mulheres grávidas e lactantes.

As estimativas da organização de apoio às crianças também mostram que entre julho e dezembro de 2018, cerca de 121.000 crianças com desnutrição aguda com menos de cinco anos e 33.000 mulheres grávidas e lactantes podem precisar de serviços de nutrição que salvam vidas.