Futuro político de Zuma não afetará Cúpula do BRICS, dizem especialistas
Johannesburgo, 14 de fevereiro (Xinhua) -- A potencial demissão do presidente sul-africano provavelmente não afetará a 10ª Cúpula do BRICS prevista para julho, disseram especialistas.
A 10ª Cúpula do BRICS é a 10ª reunião diplomática anual do BRICS, um grupo de grandes economias emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O partido do governo da África do Sul, o Congresso Nacional Africano (CNA), ordenou, nesta terça-feira, que o presidente Jacob Zuma deixasse seu cargo de Chefe de Estado, após horas de discussões sobre o destino do líder.
O potencial afastamento do presidente, de acordo com especialistas, não impedirá a 10ª Cúpula do BRICS de ser realizada em julho, na África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do BRICS este ano.
"A saída de Zuma (“Zexit”) não afetará a cúpula do BRICS. Um novo presidente da África do Sul reunirá a cúpula e os programas continuarão", disse à Xinhua, Gwinyai Dzinesa, pesquisadora do Centro de Resolução de Conflitos com sede em Capetown, África do Sul na terça-feira.
A cúpula, prevista para 25 a 27 de julho no Sandton Convention Center, em Joanesburgo, verá que a África do Sul avança com programas de desenvolvimento e prosperidade para os países parceiros.
Zuma já havia solicitado um "aviso-prévio" de três meses antes de submeter sua demissão incondicional, disse o secretário-geral do CNA, Ace Magashule, à mídia local, na terça-feira.
Esta proposta foi colocada no Comitê Executivo Nacional do partido CNA na segunda-feira, quando discutiu a saída de Zuma do cargo, mas foi derrubada pelo comitê.
Zuma teria informado a Cyril Ramaphosa, líder do CNA, que usará os três meses para "apresentá-lo" a organismos internacionais como a União Africana, as Nações Unidas e o BRICS.
A África do Sul não permitirá que a cúpula seja cancelada, disse Ngqabutho Nicholas Mabhena, um comentarista político no Partido Comunista do Zimbábue.
"O mecanismo do BRICS reforçou a cooperação para o desenvolvimento institucional, quando criou o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e o Centro Regional Africano, recentemente iniciado em Joanesburgo", acrescentou Mabhena.
Ele também disse que a África do Sul está disposta a ver os países do BRICS ajudarem-se mutuamente, com crescimento econômico inclusivo, comércio multilateral de valor agregado e investimento em setores produtivos.
Desde que a África do Sul se juntou ao BRICS em 2011, o país obteve grandes conquistas, como o mencionado NBD.
Gerry Thomas, diretor executivo da Krispy Kreme, um famoso produtor de alimentos sul-africano, disse em uma entrevista que a cúpula é importante e "sua organização será um marco importante para fortalecer a solidariedade e a cooperação entre os mercados emergentes".
Magashule também disse, na terça-feira, que Zuma não recebeu um prazo para renunciar, mas espera-se que responda à revocação na quarta-feira.
À medida que a incerteza sobre o futuro de Zuma continua, o governo sul-africano adiou uma reunião do gabinete prevista para quarta-feira.
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