EUA podem tentar prejudicar integridade territorial da Síria, diz ministro das Relações Exteriores da Rússia

Moscou, 13 fev (Xinhua) -- As ações dos Estados Unidos na Síria indicam que Washington poderia estar buscando minar a integridade territorial da Síria, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta terça-feira.

"Os americanos, na minha opinião, estão tomando medidas unilaterais perigosas, que, aliás, se parecem cada vez mais como parte de um plano para criar um quase-estado em grande parte do território sírio, na margem oriental da Eufrates e até a fronteira iraquiana”, disse Lavrov em uma conferência de imprensa.

Ele acrescentou que suspeitava que os Estados Unidos planejavam permanecer na Síria "por um longo tempo, ou talvez para sempre".

Os Estados Unidos alegaram que o único propósito de sua presença militar na Síria era a luta contra os terroristas do Estado islâmico (ISIS), disse Lavrov, acrescentando que, após sua derrota, os EUA dizem que a presença deve ser mantida até o início de um processo político estável que terminaria com uma transição de poder ou um advento de um novo regime aceitável para os Estados Unidos.

Lavrov lembrou que os Estados Unidos tentaram criar na Síria instituições fora do controle de Damasco.

"Os fundos estão sendo enviados para garantir que essas autoridades funcionem e os órgãos responsáveis pela aplicação da lei, criados lá com a ajuda dos americanos, estão equipados com armas", disse ele.

Lavrov disse que esperava que, após o início do processo constitucional na Síria, a Organização das Nações Unidas pudesse garantir sua transparência e manter todos os membros interessados da comunidade internacional informados.

Nos últimos anos, os Estados Unidos apoiaram alguns grupos de oposição na Síria que chamou de "moderados" contra o governo sírio e também lideraram uma coalizão internacional para combater o grupo terrorista ISIS.

No entanto, Damasco considera as operações dos EUA na Síria ilegais, dizendo que Washington estava ajudando "terroristas" contra o governo legítimo do país do Oriente Médio.