PSD alemão dá sinal positivo para negociações formais de coalizão com Merkel
Representantes votam durante um congresso especial do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) em Bonn, Alemanha, em 21 de janeiro de 2018. Os representantes do Partido Social-Democrata de centro-esquerda da Alemanha votaram, no domingo, a favor de conversações formais de coalizão com a União dos Conservadores liderada pela Chanceler Angela Merkel. (Xinhua/Yuan Shuai)
por Ren Ke e Yuan Shuai
Bonn, 21 jan (Xinhua) -- Os representantes do Partido Social-Democrata de centro-esquerda (SPD) votaram, no domingo, a favor das conversações formais da coalizão com a União dos Conservadores liderada pela chanceler Angela Merkel.
Entre mais de 600 representates que participaram do congresso especial em Bonn, 362 votaram "sim" para novas conversações da coalizão com a União Democrata Cristã (CDU) e a irmã bávara, União Social-Cristã (CSU), enquanto um total de 279 votou contra.
Os votos "sim" e "não" foram tão próximos que uma recontagem foi realizada, uma vez que a votação teve margem apertada.
A decisão, que foi feita após debates conflitantes e emocionais entre os representates, abriu espaço para formar uma Grande Coalizão renovada entre o SPD e a União, quase quatro meses após as eleições federais em que ambos os dois blocos sofreram os piores turnos desde 1949 .
"Estamos todos aliviados... Estou feliz que tenhamos o mandato de conduzir conversações da coalizão", disse o presidente do SPD, Martin Schulz, ao canal de TV Phoenix após a votação, dizendo que sua próxima tarefa é reunir o partido.
"As conversas exploratórias não são resultados da coalizão", disse Schulz, que prometeu no discurso antes da votação que, embora o SPD tenha conseguido muito em conversas exploratórias, eles negociarão ainda mais com a União em uma tentativa de tornar o partido mais visível.
Merkel respondeu pouco depois do resultado, dizendo que "saudou" o SPD por abrir caminho para negociações formais da coalizão.
"É importante para nós que a Alemanha tenha um governo estável", afirmou a chanceler no domingo à noite na sede da CDU, acrescentando que o documento de discussão exploratório é o quadro para a negociação, "isso também exigirá consultas intensivas".
O congresso especial aconteceu depois que o SPD e a União alcançaram um avanço, em 12 de janeiro, em conversas exploratórias com um documento de 28 páginas, e os dois blocos agora iniciarão negociações formais de coalizão dentro de alguns dias.
A política de "sinal verde" do SPD também ajudou a Alemanha a evitar eleições instantâneas, pois Merkel disse que um governo minoritário não seria uma opção. É amplamente esperado que as eleições instantâneas não abordem a crise política, mas apenas tornem a populista de extrema direita, Alternativa para a Alemanha (AfD), mais forte.
Schulz disse que o presidente francês, Emmanuel Macron, havia dito em uma conversa telefônica no sábado que a França temia que a política de extrema direita pudesse chegar ao poder na Alemanha, se o governo alemão não trabalhasse com seu “vizinho” para apoiar a idéia europeia.
Schulz também promoveu uma mudança política histórica na política europeia alemã, pondo fim à austeridade e a uma responsabilidade comum mais forte para a Europa.
"Para mim, como um europeu convicto, este é um sucesso histórico", enfatizou Schulz. "Sem o SPD, não haverá um impulso arrojado para o futuro da Europa".
A escassa diferença de voto mostrou que muitos dentro do SPD se opõem à ideia de uma "Grande Coalizão" renovada, preocupando-se de que o SPD fosse ainda mais marginalizado e aniquilado e, assim, sofresse uma pior derrota no futuro.
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