ARTIGO DE FIM DE ANO: Iniciativa chinesa impulsiona desenvolvimento da América Latina

Por Wang Jinye

Cidade do México, 26 dez (Xinhua) -- No ano 2017, graças a forte propulsão do "motor chinês", as economias latino-americanas conseguiram superar uma situação difícil e mostraram bons sinais de recuperação e uma mudança no padrão de crescimento.

Neste ano que termina, "olhar para o oriente" foi um consenso mais forte entre os países latino-americanos. Conforme a China se aproxima cada vez mais do centro do cenário mundial, o navio da comunidade de destino compartilhado China-América Latina avança em grande velocidade.

SABEDORIA CHINESA E PLANO CHINÊS SÃO BEM ACOLHIDOS

Na opinião de Javier Miranda, presidente do Frente Amplio (FA) do Uruguai, o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC), que se realizou em Beijing em outubro, marcou o rumo do desenvolvimento da China e exercerá uma profunda influência tanto na América Latina como no mundo inteiro.

Miranda disse ter visto com seus próprios olhos os enormes êxitos conseguidos pelo PCC durante sua visita à China em abril deste ano, na qual visitou zonas montanhosas da Província de Yunnan (sudoeste da China) para investigar as práticas de alívio preciso da pobreza no país asiático.

"De mar a mar, da terra a neve, todos os homens lhe contemplam, China"..., escreveu o poeta chileno Pablo Neruda. A sabedoria chinesa e o plano chinês foram cada dia mais acolhidos na América Latina.

O presidente panamenho, Juan Carlos Varela, afirmou em 17 de novembro em Beijing em seu encontro com seu homólogo chinês, Xi Jinping, que está de acordo com as políticas com foco nas pessoas estabelecidas no 19º Congresso Nacional do PCC e que admira os grandes avanços da China em matéria de desenvolvimento social e econômico, assim como na redução da pobreza.

Varela disse que o Panamá está preparado para ser um amigo importante da China na América Latina.

No ano 2017, diante da ameaça do protecionismo e isolamento, a China manteve o diálogo e uma cooperação comercial mais ativos com os blocos regionais e com países da América Latina, tornando-se em um brilhante exemplo da cooperação Sul-Sul e abertura com benefício mútuo.

SINERGIA ENTRE ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DA CHINA E AMÉRICA LATINA

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disse em 18 de dezembro em um relatório que as exportações da América Latina e do Caribe terminarão 2017 com um aumento de 13%, graças a um maior número de encomendas da China.

A expansão é reflexo da recuperação de 30% nas exportações à China e de 10% aos Estados Unidos, em meio de um aumento nos preços das matérias-primas e da demanda nestes países, disse o BID.

A busca da sinergia de suas estratégias de desenvolvimento com a China foi uma decisão de muitos países latino-americanos. Atualmente a China é o maior parceiro comercial e uma importante fonte de investimentos para um grande número de países da América Latina, e a estrutura econômica relativamente unitária e as infraestruturas atrasadas da região melhoraram.

A Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China foi bem recebida na América Latina, região que se tornou na extensão natural da Rota Marítima da Seda do Século 21 e em parceiro indispensável da iniciativa.

Em maio deste ano, a presidente chilena, Michelle Bachelet, e o presidente argentino, Mauricio Macri, viajaram à China para participar do Fórum Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional. Durante o evento, Macri destacou que a Iniciativa do Cinturão e Rota contribuirá à conectividade entre a Argentina e a China, assim como com o mundo inteiro.

Por sua parte, o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, comentou que a Iniciativa do Cinturão e Rota terá um papel chave no momento de promover a cooperação China-América Latina.

De "Feito na China" para "Criado na China", as centrais hidrelétricas, os projetos de geração de energia fotovoltaica, os projeto de transmissão elétrica de alta voltagem, estradas e pontes construídas por companhias chinesas, trens, veículos, ônibus elétricos, telefones móveis, aparelhos de ar condicionado de fabricação chinesa, serviços de comércio online oferecidos por empresas chinesas, assim como os produtos de uso diário feitos na China, melhoraram verdadeiramente o bem-estar dos povos latino-americanos.

BONS VIZINHOS APESAR DE GRANDE DISTÂNCIA GEOGRÁFICA

De acordo com um relatório apresentado em agosto deste ano pelo Centro de Investigação Pew, os latino-americanos, sobre tudo os mexicanos, chilenos, peruanos e argentinos, têm uma opinião favorável em relação à China e vêem a China de maneira mais positiva.

Baseando-se nos princípios de igualdade e benefício mútuo, a cooperação estratégica entre a China e a América Latina avançou a grandes passos, com mais profundidade e de maneira omnidirecional.

Do mesmo modo, os intercâmbios pessoais e culturais entre a China e a América Latina obtiveram um desenvolvimento vigoroso.

Foram criados 39 Institutos Confúcio e 11 Salas-de-Aula Confúcio em 20 países da região e diversas escolas do Brasil, Chile e Costa Rica têm cursos de mandarim.

Na América Latina o interesse pelo idioma, pensamento e cultura da China é cada vez maior.

Exemplo disso é Toma Alcocer González, um médico mexicano que leva mais de 30 anos tratando de doentes com acupuntura, ramo da medicina tradicional chinesa que aprendeu em Beijing e que continua estudando até o momento.

Para Alcocer González, a medicina tradicional chinesa, uma importante parte da cultura chinesa, ajudará mais pessoas a se livrarem da dor de doenças.

O artista plástico argentino Martín Mazía encontrou seu destino na pintura e caligrafia chinesas, disciplinas que cultiva pela fascinação que lhe causaram a primeira vez que teve contato com elas há mais de 20 anos.

Há muitos anos, o artista assistiu a aulas de caligrafia e pintura chinesas nos institutos Confúcio da Universidade de Buenos Aires e no de Medellín, Colômbia, onde viveu durante 10 anos.

Com o desenvolvimento vigoroso da cooperação estratégica, a China e América Latina darão passos ainda mais importantes na hora de realizar juntos os sonhos de ambos os povos.