Resumo de Final de Ano: 2017 vê recuperação econômica na América Latina e menos tensão política

2017-12-21 13:07:37丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 20 dez (Xinhua) -- A América Latina passou por um período de ajuste em 2017, com a recuperação econômica em andamento, as tensões políticas diminuindo e os países regionais mudando as políticas externas com base nas suas respectivas necessidades e na situação internacional.

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICA

A recessão da economia foi uma nuvem que pairou sobre o continente por dois anos consecutivos, mas finalmente foi dissipada pela recuperação em 2017, o principal resultado de aumentos de preços em relação ao carvão, petróleo, gás natural e metais no mercado global.

O melhor momento é apoiado pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe, que prevê que o crescimento econômico na região será de 1,2% este ano e de 2,2% em 2018.

No entanto, é improvável que a recuperação gradual se torne uma forte recuperação devido a múltiplas incertezas internas e externas, como os preços dos commodities, a renegociação vacilante do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e o lento desenvolvimento das reformas estruturais de países regionais.

A arena política não testemunhou nenhuma grande reviravolta. O presidente do Brasil, Michel Temer, que assumiu o cargo depois que sua antecessora, Dilma Rousseff, foi acusada por delitos fiscais e retirada do cargo no ano passado, evitou um impeachment quando a Câmara dos Deputados do Brasil votou para rejeitar as acusações de corrupção contra ele em outubro, garantindo o mandato de Temer em 2018.

Dezembro marca um novo passo em direção à estabilidade política para o partido socialista unido da Venezuela, que conquistou uma vitória radical nas eleições regionais, ganhando 308 municípios dos 335, depois que a oposição da Mesa de Unidade Democrática concordou em conversar com o governo para enfrentar uma amarga luta de poder que existe há anos.

Na Argentina, apesar de uma ampla oposição, o governo garantiu uma vantagem para avançar uma série de reformas econômicas orientadas para o mercado. Um caso recente da vitória do presidente Maurício Macri foi a aprovação do Congresso de uma reforma do sistema previdenciário na terça-feira.

Yan Jin, pesquisador de questões latino-americanas com os Institutos de Relações Internacionais Contemporâneas da China, disse que a ala direita vem recuperando força após a luta de poder do ano passado com a esquerda e está promovendo a reforma estrutural e a consolidação do poder.

Enquanto isso, a ala da esquerda aproveita esta oportunidade para desenvolver sua influência política e social, disse Yan.

ALTERAÇÕES NA POLÍTICA DOS EUA

Durante anos, os Estados Unidos adotaram uma abordagem de "cenoura e vara" para suas relações com a América Latina, mas várias mudanças ocorreram desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o cargo em janeiro.

Embora o Congresso dos EUA não tenha ratificado a construção de um muro ao longo da fronteira EUA-México, Trump até agora não mudou sua posição sobre o assunto, mantendo a promessa que ele fez em sua campanha presidencial.

O conflito foi provocado pela demanda dos Estados Unidos por renegociar o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), já que a quinta rodada de negociações no México teve pouco resultado. O México enfrenta uma crescente pressão do governo norte-americano, que disse que o tratado prejudicou a economia americana e ameaçou acabar com o acordo.

Os Estados Unidos também testemunharam contratempos nas suas relações com Cuba, já que a administração atual recuou do progresso feito pela administração de Obama na normalização dos laços bilaterais.

Além disso, os Estados Unidos anunciaram várias rodadas de sanções contra a Venezuela sobre os esforços do presidente Nicolás Maduro para estabelecer uma Assembleia Nacional Constituinte e levaram a União Europeia e alguns países latino-americanos a pressionar a administração Maduro.

Xu Shicheng, pesquisador do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ILAS CASS), uma das principais organizações acadêmicas nacionais, apontou uma unidade de enfraquecimento dos países latino-americanos em tais circunstâncias, acrescentando que houve menos progresso alcançado à medida que o processo de integração regional enfrenta múltiplos obstáculos.

LAÇOS ESTRANGEIROS MULTIDIMENSIONAIS

A América Latina tem adicionado novas dimensões às suas relações externas, expandindo o desenvolvimento mútuo com a Europa e a Ásia, e ganhando impulso para fortalecer os laços com a China.

Em 2017, a região foi designada como a extensão natural da Rota da Seda Marítima do século 21, uma nova rota marítima como parte da Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China em 2013.

México, Chile, Argentina, Brasil, Peru e outros também mostraram sua intenção de se juntar à iniciativa e formar uma cooperação estratégica com a China.

"A China está passando por uma mudança na estrutura econômica, enquanto a América Latina está experimentando mudanças e recuperação econômica. O novo ano irá acompanhar o desenvolvimento mais próximo entre as duas partes," disse Guo Cunhai, pesquisador assistente da ILAS CASS.

"Como ambos os lados trocarão a experiência governante para alcançar uma situação em que todos ganham é um tema que merece nosso foco," disse Guo.

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