Entrevista: Luta contra revisionismo histórico é longa e difícil, mas destinada a vencer, diz líder de grupo civil japonês

2017-12-15 09:59:04丨portuguese.xinhuanet.com

Tóquio, 14 dez (Xinhua) -- "Eu acredito que a luta contra o revisionismo histórico está destinada a vencer," disse Takakage Fujita, diretor-geral de um grupo civil dedicado a defender e desenvolver a conhecida Declaração de Murayama.

Fujita fez as declarações em entrevista à Xinhua na quarta-feira por ocasião do 80º aniversário do massacre de Nanjing.

Para marcar o 50º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, em 15 de agosto de 1995, o então primeiro-ministro do Japão, Tomiichi Murayama, emitiu uma declaração pedindo desculpas pelo tremendo dano e sofrimento que o Japão causou, através do seu domínio colonial e agressão, aos povos de muitos países.

Fujita, que se dedica a defender e desenvolver a Declaração de Murayama, disse que Murayama queria que o governo japonês desenvolvesse relações amigáveis com países vizinhos como China e a Coreia do Sul com base nessa afirmação.

O Japão invadiu o nordeste da China em setembro de 1931 e iniciou uma invasão em grande escala da China em 7 de julho de 1937.

As tropas japonesas tomaram Nanjing, a então capital da China, em 13 de dezembro de 1937 e iniciaram um massacre de 40 dias. Cerca de 300 mil civis e soldados chineses desarmados foram brutalmente assassinados.

"Algumas forças de ultradireita no Japão têm tentado minimizar ou até mesmo negar a existência do massacre de Nanjing, mas também há muitas pessoas amantes da paz no Japão que não ficaram paradas nem deixarão isso acontecer," disse ele.

"Será uma longa e dura batalha para combater os revisionistas históricos, mas acredito que a vitória ficará do mesmo lado da justiça".

Fujita visitou o Memorial Hall para as vítimas do massacre de Nanjing em Nanjing em março de 2015. "Ao ver evidências sobre as atrocidades cometidas pelas tropas japonesas durante a guerra invasiva, senti-me amargo e envergonhado," disse ele.

"Se uma pessoa cometer um erro, ele ou ela deve admitir e pedir desculpas por isso. Assim como uma nação. As forças de ultradireita que tentam negar os crimes de guerra são desprezíveis, e as pessoas com consciência no Japão não lhes permitirão faça isso."

A homenagem da China aos seus 300 mil cidadãos assassinados pelas forças japonesas invasoras visa transmitir as lições para as gerações mais jovens, e é "correta e apropriada", disse ele.

"O Japão só pode alcançar uma verdadeira reconciliação e um desenvolvimento comum com a China, enfrentando o histórico da guerra e lidar adequadamente com as questões históricas," disse ele, convocando o primeiro-ministro Shinzo Abe a refletir sobre a história.

Fujita também está preocupado com o fato de as gerações mais novas no Japão conhecerem cada vez menos sobre a verdade histórica sobre a guerra, já que os livros escolares raramente tocam nos crimes de guerra do Japão hoje em dia.

Enquanto isso, alguns estudiosos, advogados e cidadãos comuns amantes da paz têm organizado atividades ao redor do Japão, exortando o governo japonês a aprender com a história e a dizer às pessoas a verdade sobre a guerra invasiva, disse Fujita.

"Espero que sejam realizadas mais atividades dessas, o que é muito importante para o Japão. Ainda há um longo caminho a percorrer para lutar contra o revisionismo histórico, mas a justiça acabará por vencer," acrescentou.

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