Bancos centrais brasileiro e peruano alertam contra bolha do bitcoin

Rio de Janeiro, 13 dez (Xinhua) -- Os bancos centrais brasileiro e peruano alertaram na quarta-feira dos riscos potenciais da moeda virtual baseada em criptografia conhecida por Bitcoin.

"Criptomoedas, na forma que estão hoje, com esta escalada vertiginosa [...] sem nada para regular, representam riscos e o banco central emitiu uma declaração de advertência sobre eles," disse Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central do Brasil (BCB), em uma coletiva de imprensa.

Em um comunicado emitido no final de novembro, o BCB advertiu sobre as potenciais consequências negativas das moedas digitais.

"As criptomoedas não têm as mesmas garantias que as moedas soberanas, nem tampouco estão ancoradas em ativos reais de qualquer tipo, que colocam todos os riscos nas mãos de seus proprietários," diz o comunicado.

"O seu valor vem apenas da confiança que os indivíduos colocam em seus emissores," continuou.

Goldfajn disse na quarta-feira que as criptomoedas são uma "bolha típica" que entidades reguladoras "não devem incentivar".

"Isso não é algo que devemos apoiar," acrescentou.

Também na quarta-feira, Julio Velarde, presidente do Banco Central de Reserva do Peru, disse que bitcoins, a maior criptomoeda, representa um risco muito alto.

Velarde disse à imprensa que ele pessoalmente não iria investir nessa moeda, pois ele percebeu que não tinha segurança, mesmo que a Bolsa de Valores de Chicago tenha começado a aceitar bitcoins, ajudando seu valor a disparar.

Bitcoin, a primeira e maior criptomoeda criada em 2009, viu um crescimento desenfreado este ano, atingindo um valor de 5.000 dólares americanos em setembro, e ultrapassando mais 18 mil dólares americanos no início de dezembro.