A relação entre Portugal e China está no melhor momento de sempre, diz embaixador de Portugal

Beijing, 1º dez (Xinhua) -- "A relação entre Portugal e China está no melhor momento de sempre", manifestou João Torres-Pereira, embaixador de Portugal em Beijing, ao fazer um balanço sobre as relações bilaterais numa entrevista realizada no dia 30 na Embaixada, na conclusão de seu mandato de quatro anos na China.

O embaixador acredita que desde o estabelecimento da parceria estratégica global entre os dois países em 2005, com esforços dos líderes e dos governos de ambos os países, as relações bilaterais obtiveram avanços evidentes.

Ele referiu uns números para mostrar os avanços nas cooperações bilaterais: os investimentos chineses acumulados em Portugal andam por volta dos 10 bilhões de euros; quase 250 mil turistas chineses visitam Portugal por ano, com crescimento de 15% até 40%, em comparações de diferentes semestres; o número de universidades chinesas em que se ensina português ultrapassa 30 e em Portugal há quatro institutos de Confúcio e há áreas piloto onde se tem aulas de chinês em ensino secundário e primário.

"O comércio externo também aumentou muito consideravelmente", disse o embaixador, acrescentando que a China é um importante parceiro comercial do país. No ponto de vista de comunicações, ele mencionou o voo direto entre a capital chinesa e Lisboa inaugurado em julho deste ano, que "também intensificou as comunicações".

"No futuro nós vai continuar ter boas notícias e as coisas continuarão a correr bem", afirmou o embaixador. Segundo ele, o interesse e o apoio do governo português no sentido de reforçar a relação com a China são evidentes e constantes. "É verdade que é uma coisa constante que o carinho que os governantes portugueses têm para com tratar bem a relação com a China. É algo que é realmente consensual no meio político português e na instituição portuguesa", sublinhou.

A China e Portugal estabeleceram relações diplomáticas em 1979. Nos últimos 38 anos, as relações de cooperação e amizade entre os dois países obtiveram desenvolvimentos constantes nas áreas de política, comércio e investimento, cultura e ciência, etc. Em 2005, os dois países estabeleceram parceria estratégica global. No mês passado, foi criada mais uma "parceria de cooperação azul" entre as duas nações, com assinatura de um acordo de cooperação oceânica bilateral. Além disso, Portugal expressou em várias ocasiões a vontade de participar da cooperação da Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China em 2013.

Em 2012, a China Three Gorges (CTG) comprou 21,35% das ações da Energias de Portugal (EDP). Em 2016, o comércio bilateral cresceu 29,24% para atingir US$ 5,64 bilhões, o melhor resultado de sempre. No mês passado, a UnionPay International, uma subsidiária da chinesa UnionPay, a maior processadora de pagamento com cartões bancários do país, anunciou na que entrou em cooperação estratégica com o Banco Comercial Português (BCP), que será o primeiro banco europeu a emitir cartões da UnionPay.

De acordo com o diplomata, empresas chineses mantêm interesse em investir em Portugal, que "se coloca como um destino de investimento não só para dentro do país." "É um membro da Europeia, e temos relacionamentos privilegiados com países nomeadamente na África e na América Latina", assinalou.

Ele também apontou que empresas chinesas que operam em Portugal podem adaptar-se melhor aos estilos de operação das empresas europeias.

Na entrevista o embaixador ainda recordou os momentos inesquecíveis na China. Como um diplomata profissional, ele lembrou do toque do hino nacional na Praça de Tian'anmen e os importantes eventos nas relações bilaterais no Grande Palácio do Povo; como um estrangeiro que vive na China, ele lembrou das visitas às diferentes regiões chinesas e os progressos econômicos no país asiático; como um pai ele valorizou os momentos felizes com seus filhos no passeio na Grande Muralha e em outros lugares da China. "São coisas que vou levar com recordações calorosas da China."

"É difícil ter uma experiência igual como embaixador em Beijing por causa da sorte que tive de ter caído aqui numa altura particularmente interessante, no ponto de vista da observação da evolução do papel da China mundial", concluiu o embaixador.