Empresas chinesas ampliam áreas de cooperação de ganho mútuo entre China e América Latina

2017-11-13 18:45:21丨portuguese.xinhuanet.com

Por Wang Lu e Chen Ji, jornalistas da Xinhua

Beijing, 13 nov (Xinhua) -- Na recente licitação para um projeto de usina de energia solar no Estado de São Paulo, Brasil, a empresa chinesa BYD ganhou a encomenda de aquisição de módulos solares no total de 180 megawatts, representando mais da metade do montante total da licitação, se tornando o maior vencedor da concorrência pública.

Trata-se de um grande projeto esse da BYD após o início da operação da fábrica de energia solar da empresa no município de Campinas-SP em abril deste ano.

"Atualmente, a fábrica é capaz de produzir 200 megawatts de módulos solares por ano. Vamos aumentar a capacidade de produção da fábrica no futuro próximo em resposta à crescente demanda do mercado de novas energias no Brasil", disse Li Tie, gerente-geral da BYD Brasil.

Com essa fábrica, a BYD criou 360 empregos locais. Além de atender a mais de 60 mil famílias locais através da fábrica de energia solar, a empresa também realizará a adaptação local da fabricação de chassis de ônibus elétricos, construirá um ciclo fechado da indústria de energia verde e fornecerá resoluções completas em relação à novas energias desde a geração até o uso da eletricidade.

Na Exposição Internacional China-América Latina e Caribe (ALC) 2017 realizada na semana passada na cidade costeira de Zhuhai, na Província de Guangdong, sul da China, os esforços de empresas chinesas como a BYD na América Latina foram elogiados unanimemente pelos representantes políticos e empresariais da China e da ALC.

Como o segundo maior parceiro comercial da América Latina, o investimento e a cooperação das empresas chinesas em muitas áreas emergentes da região também são considerados um forte impulso injetado na cooperação entre a China e a ALC.

Os mais de dez anos de comércio bilateral mostram que a América Latina se tornou uma importante fonte de energia, minerais e produtos agrícolas da China, assinalou na Expo o ex-vice-ministro do Comércio chinês, Fang Aiqing.

"Depois de décadas de reforma e abertura, o título "Fabricado na China" obteve reputação mundial e assumiu liderança proeminente em vários campos de alta tecnologia, incluindo aeroespaço, energia nuclear, comunicações, trens de alta velocidade e comércio eletrônico."

Ao mesmo tempo, a América Latina saudou o capital estrangeiro e as experiências internacionais em tecnologia e gestão. Havia uma necessidade urgente na melhora de infraestrutura, promoção do desenvolvimento agrícola e aumento do nível e escala de fabricação, acrescentou.

Dados oficiais mostraram que o investimento direto da China para a América Latina atingiu US$ 207,15 bilhões em 2016, respondendo por 15,3% do investimento direito estrangeiro total da China. A região se tornou o segundo maior destino para o investimento direto da China no exterior após a Ásia.

Ao expandir a escala de investimento na América Latina, as áreas de investimento também foram ampliadas ainda mais, tais como petróleo, mineração, agricultura, fabricação, eletricidade, transporte, finanças, comércio eletrônico.

De acordo com Jiang Shixue, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais e vice-presidente da Sociedade Chinesa da América Latina, as mudanças nos investimentos feitos pelas empresas chinesas na América Latina resultaram das diversas medidas tomadas pelo governo chinês para encorajá-las a ultrapassarem o setor de recursos.

O aprimoramento da força econômica da China também acelerou o ritmo de saída do país das empresas privadas. Sob as circunstâncias em que as grandes empresas estatais conquistaram uma posição firme nos mercados latino-americanos de produtos primários, essas empresas privadas começaram a entrar em novos setores.

Nos últimos anos, a Huawei, a ZTE e outras empresas chinesas forneceram cada vez mais smartphones, modem e outros produtos e serviços de telecomunicações para a América Latina; a Inspur China, uma provedora chinesa de computação na nuvem e big data, criou uma fábrica na Venezuela através de compartilhamento de tecnologia; a Nuctech, uma fabricante de equipamentos de inspeção de segurança, estabeleceu filiais no Brasil e na Argentina e insistiu no recrutamento de pessoal local, compras de produtos e produção de peças no local e fortalecimento de cooperação na transferência de tecnologia, com os funcionários locais no Brasil ocupando 80% do total; os ônibus exclusivamente elétricos da BYD circularam nos países latino-americanos como Chile, Colômbia, Equador, Brasil e Uruguai, levando alguns desses países a uma era de ônibus elétricos.

A Professora Chen Taotao, diretora-executiva do Centro de Estudos China-América-Latina da Universidade Tsinghua, destacou que os países latino-americanos esperam agora um desenvolvimento mais diversificado e mais oportunidades de emprego.

"O investimento das empresas, tanto em infraestrutura e transporte como em serviços de comunicação e Internet, ajudou os países latino-americanos a encontrar seu próprio caminho de desenvolvimento diversificado."

Além disso, as empresas chinesas que entraram na América Latina são cada vez mais bem-vindas pelo mercado local, já que prestaram mais atenção à localização de gestão e criaram enormes oportunidades de emprego e uma grande quantia de receitas fiscais para a região, afirmou Chen.

Durante a Semana Mundial de Negócios de Satélites realizada em setembro de 2016 em Paris, a Agência Espacial Boliviana (AEB) ganhou o Prêmio de Melhor Operadora Nova de Satélite do Mundo pela operação bem-sucedida de seu primeiro satélite de comunicações desenvolvido e lançado pela China.

He Xing, vice-presidente da China Great Wall Industrial Corporation, uma companhia especializada em negócios aeroespaciais internacionais da China, informou que a AEB venceu por seu bom desempenho financeiro e contribuição social, graças à uma série de soluções de sistema oferecido por nossa empresa.

Segundo He, sua companhia conduziu com êxito projetos de cooperação espacial com muitos países como Brasil, Venezuela, Bolívia, Argentina e Equador e gerou bons resultados.

"O lado chinês também formou mais de 220 especialistas e pessoal técnico no campo da indústria aeroespacial para a Venezuela e o projeto em andamento no país adotou uma abordagem de desenvolvimento conjunto por ambas as equipes."

Nós não só temos produtos e serviços de alta qualidade, como também atribuímos importância às demandas dos clientes da América Latina na transferência de tecnologia e formação de sua equipe de talentos aeroespaciais, com a esperança de ajudar os países latino-americanos a realizar seus sonhos espaciais, apontou ele.

Mário Cimoli, diretor da Divisão de Produção, Produtividade e Gestão e da Divisão de Comércio e Investimento Internacional da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da ONU, enfatizou que a China é muito importante para a América Latina.

"Nós não podemos perder a oportunidade de cooperação com a China e precisamos de um desenvolvimento mais integrado não só com o comércio, como também com novas tecnologias."

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com

010020071380000000000000011100001367491641