Cúpula Xi-Trump melhora cooperação e confiança bilateral, dizem especialistas

 (Xinhua/Li Xueren)

Beijing, 11 nov (Xinhua) -- Com avanços e consenso extensos atingidos na quinta-feira entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, as relações China-EUA estão "em um novo ponto de partida histórico", segundo especialistas.

Os dois líderes concordaram em manter "o papel dirigente estratégico da diplomacia de chefes de Estado" no desenvolvimento das relações bilaterais, e ter amplos interesses comuns e importante responsabilidade para proteger a paz, a estabilidade e a prosperidade mundial.

"O avanço político significativo da cúpula Xi-Trump é que os dois lados concordaram que um melhor futuros só será alcançado por cooperação de ganhos recíprocos, estabelecendo o tom para o desenvolvimento futuro das relações China-EUA", disse Cui Liru, ex-presidente do Instituto Chinês para Relações Internacionais Contemporâneas.

"Os interesses comuns da China e dos Estados Unidos são muito mais importantes do que as diferenças, e as necessidades para a cooperação excedem muito mais as para competição", disse Cui.

Durante a visita de Trump, os dois países assinaram contratos e acordos de investimento bidirecional no valor de mais de US$ 250 bilhões.

"A China está gradualmente se transformando de 'comprar da América' para 'investir na América', o que está de acordo com os interesses de ambos as nações", disse Shou Huisheng, do Centro para a China e a Globalização (CCG), um importante grupo de pesquisa chinês.

Shou disse que embora as disputas econômicas existam, os dois países devem ficar racionais para evitar problemas e fazer com que a cooperação possa ser estendida globalmente.

"Os contratos frutíferos indicam que a relação econômica e comercial sino-norte-americana não é apenas o estabilizador para as relações bilaterais, mas também um motor vital para a economia mundial", disse Diao Daming, professor associado da Universidade Renmin da China, em um fórum hospedado pelo CCG na sexta-feira.

Segundo Jiang Shan, do CCG, o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) em outubro sinalizou que a China acelerará a reforma e a abertura, e desenvolverá uma relação estável e equilibrada com as principais potências.

Especialistas acreditam que a China oferecerá um mercado mais aberto, mais transparente e mais padronizado para as empresas com financiamento estrangeiro, incluindo as dos Estados Unidos. Em troca, os Estados Unidos devem relaxar as restrições sobre exportações de produtos de alta tecnologia para a China e tratar igualmente os investidores chineses.

"Uma relação estável e em desenvolvimento entre os dois países não só beneficia os dois povos, mas também atende às expectativas da comunidade internacional", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Zheng Zeguang.

Os dois lados concordaram em aumentar a confiança e neutralizar dúvidas nos principais e sensíveis assuntos, reforçar intercâmbios e diálogos em diversos níveis entre os dois exércitos, e fortalecer a cooperação para combater o cibercrime e proteger a internet.

Xi disse que a China e os Estados Unidos devem cooperar ativamente na região da Ásia-Pacífico de forma que mais países regionais possam trabalhar com eles para contribuir juntos para a paz, estabilidade e prosperidade.

"Isto é um novo pensamento para a China e os Estados Unidos fazerem esforços conjuntos para lidar com os assuntos regionais, o que é benéfico para a estabilidade regional", disse Wang Fan, vice-presidente da Universidade de Assuntos Estrangeiros da China.

Enquanto isso, a comunicação e a cooperação nos setores culturais e educacionais também serão impulsionadas.

Na tarde de quarta-feira, Xi e sua esposa Peng Liyuan convidaram Trump e sua esposa Melania Trump para o Museu do Palácio, também conhecido como a Cidade Proibida. Eles tiveram uma prova da cultura chinesa com chá, jantar e Ópera de Pequim.

Trump mostrou a Xi e Peng um vídeo de sua neta Arabella Kushner cantando em mandarim e recitando poemas chineses antigos.

Alguns comentaristas disseram que o fato de Trump mostrar o amor da sua neta pela cultura chinesa indica que ele está enriquecendo seu entendimento sobre a cultura chinesa.

Os dois países concordaram em promover intercâmbios entre instituições educacionais e estudiosos, e matricular mais alunos um para o outro. Por exemplo, a China fornecerá 10 mil bolsas de estudos para os alunos dos Estados Unidos em quatro anos.

"Isso mostra que a atração da sociedade e cultura chinesas para os Estados Unidos está aumentando", disse Xie Tao, do CCG.

Além disso, a China e os Estados Unidos promoverão a cooperação entre instituições culturais e de arte, com lançamento de plataformas de diálogo para as mulheres das duas nações.

"A interação entre pessoas nos ajudará a conhecer um com o outro bem e exercerá uma influência positiva nas relações China-EUA", disse Zhou Qing'an, professor associado da Universidade Tsinghua.