Centro de restauração neurológica de crianças de Cuba dá esperança às famílias
por Raul Menchaca
Aguada de Pasajeros, Cuba, 16 out (Xinhua) -- Os gritos de Marco Antonio, de cinco anos, ecoaram em uma sala de reabilitação no Centro Internacional de Restauração Neurológica (CIREN), localizado na província sulista de Cienfuegos, em Cuba.
Marco não sofria. Ele estava perturbado devido a uma desordem neurológica. Gritar era sua maneira de se expressar.
Sua mãe, Yamile Sosa, explicou que seu filho não só nasceu prematuro depois de apenas 30 semanas de gravidez, pesando apenas 1,5 kg, mas também sofria de paralisia cerebral severa.
"Eu rapidamente percebi que a criança tinha problemas, ele não conseguia engatinhar nem sentar," disse Sosa à Xinhua.
Ela procurou ajuda médica e, depois de visitar vários hospitais, soube do CIREN, o único centro pediátrico do país capaz de tratar a doença de Marco. Um centro similar em Havana é para adultos.
Um ano atrás, Marquitos, como sua mãe chama o menino, foi acolhido pelo centro localizado na cidade de Aguada de Pasajeros, a 200 km a leste de Havana, a capital de Cuba.
Após o diagnóstico de um grupo multidisciplinar de especialistas, ele começou a receber tratamento personalizado que o ajudou a levantar-se e até começar a andar pouco a pouco.
"Ele evoluiu muito," disse Sosa, com um brilho nos olhos.
"Não podemos fazer milagres," disse o Dr. Jose Vila de 68 anos, que liderou o CIREN nos últimos seis anos.
O segredo para o sucesso do centro, disse ele, é o tratamento personalizado dado a cada paciente como parte de um regime de oito horas por dia, de segunda a sexta-feira, em ciclos de 28 dias a serem repetidos três ou quatro vezes por ano.
"Trabalhamos em recursos residuais que são explorados ao máximo por nosso pessoal especializado," disse Vila, que trabalhou no exterior como membro das Brigadas Médicas Cubanas no Iraque e no Paquistão.
É importante ser "realista sobre a condição da criança," disse ele, acrescentando que foi assim que os pacientes avançavam gradualmente.
Os 22 funcionários do CIREN, incluindo fisioterapeutas, fisiatras, fonoaudiólogos e psicólogos, tratam diferentes tipos de distúrbios neurológicos.
A paralisia cerebral é a condição mais comum. Eles também trataram quadriparesia, hemiparesia, diplegia espástica, artrogriposis e traumas cranianos.
A instituição foi fundada em 2003 após um estudo nacional das necessidades neurológicas das crianças cubanas. Os resultados da pesquisa começaram com sete famílias de Aguada de Pasajeros, no centro de Havana.
Quatorze anos depois, 100 a 120 crianças de todo o país recebem tratamento na instituição a cada ano.
Uma lado notável do centro é que também ajuda a treinar os membros da família que acompanham as crianças, para que possam continuar o tratamento em casa.
Sosa está entre eles. Ela aprendeu técnicas para facilitar a reabilitação de seu filho, esperando que um dia ele "vença ou, pelo menos, alivie seus distúrbios."
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