Análise: "Roteiro" da Cúpula do BRICS impulsionará cooperação entre países em desenvolvimento
por Mahmoud Fouly e Emad al-Azrak
Cairo, 5 set (Xinhua) -- A última cúpula do BRICS na China alcançou um sucesso notável e conseguiu fornecer um roteiro para impulsionar a cooperação entre os países em desenvolvimento, disseram especialistas egípcios.
A nona cúpula do bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, realizou-se de 3 a 5 de setembro na cidade costeira do sudoeste da China, Xiamen, com a participação de cinco países em desenvolvimento, a saber, Egito, Guiné, México, Tailândia e o Tajiquistão, a convite da China, convocados para o Diálogo de Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento, que aconteceu em paralelo ao evento.
Um Fórum de Negócios do BRICS também foi realizado à margem da cúpula, com a participação de cerca de 1.200 empresários e representantes de cerca de 600 empresas, organizações empresariais e instituições financeiras.
"A Cúpula do BRICS de Xiamen alcançou um sucesso sem precedentes, particularmente por sua declaração final, que é considerada um roteiro para a cooperação entre todos os estados," disse Ali al-Hefni, ex-ministro egípcio das Relações Exteriores e ex-embaixador da China.
"Ter sido sediada na China ajudou a ser um sucesso, pois a China forneceu todos os meios de sucesso como aconteceu com a cúpula anterior do G20 no ano passado," disse o ex-diplomata à Xinhua.
O especialista acredita que o "BRICS Plus" proposto pela China, convidando cinco países em desenvolvimento de três continentes, a saber, a África, a Ásia e a América Latina, foi um dos fatores de sucesso para o evento em geral, pois impulsionou o diálogo e a discussão sobre cooperação entre os países do BRICS e outros países em desenvolvimento.
Acredita-se que a cúpula do BRICS com os 10 estados participantes tenha proporcionado uma oportunidade para seus líderes elaborarem as condições econômicas e os desafios de seus países e os investimentos conjuntos que podem ser alcançados entre eles.
Como um estado em desenvolvimento e uma economia emergente, o Egito participou da plataforma econômica sob o mecanismo do "BRICS Plus", onde o presidente egípcio Abdel-Fattah al-Sisi e sua delegação representaram o país árabe mais populoso.
"Não há dúvida de que a participação de Sisi e as conversações que ele realizou durante a cúpula lhe deram a chance de apresentar, em primeiro lugar, a visão e as recomendações do Egito para melhorar futuras parcerias entre o Egito, o grupo do BRICS e os países em desenvolvimento no âmbito da cooperação Sul-Sul," comentou Hefni.
O presidente chinês Xi Jinping, que prometeu que a China sempre apoiará firmemente os esforços do Egito de manter a estabilidade e acelerar o desenvolvimento e promover a parceria estratégica abrangente com o país árabe, reuniu-se com Sisi nesta terça-feira.
"Foi uma oportunidade muito importante para o Egito se juntar à Cúpula do BRICS pela primeira vez, a convite da China, que reflete a apreciação mútua entre os dois países," disse Ahmed Qandil, especialista em assuntos asiáticos e chefe do Programa de Estudos Energéticos do Centro Al-Ahram para Políticas e Estudos Estratégicos, no Cairo.
Qandil disse que a declaração de Xiamen no final da Cúpula do BRICS pode ser um roteiro para a cooperação entre os países participantes em desenvolvimento em particular e a cooperação Sul-Sul entre países em desenvolvimento em geral.
A declaração condenou todos os tipos de terrorismo e todos os grupos terroristas em todo o mundo, pedindo uma abordagem abrangente no combate ao terrorismo, que inclua a luta contra a radicalização, o recrutamento e a circulação de terroristas.
"Este apelo antiterrorismo dos BRICS é muito apreciado, pois sem combater o terrorismo, o desenvolvimento e a estabilidade não podem ser mantidos," disse Qandil à Xinhua, pedindo esforços internacionais coletivos e coordenação para acabar com "este fenômeno cancerígeno".
O especialista acredita que a política "América Primeiro" do presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma mensagem de alerta ao mundo inteiro contra o protecionismo comercial que pode infligir a economia mundial e aumentar o sofrimento econômico, particularmente para os países em desenvolvimento.
Os líderes do BRICS prometeram na declaração de Xiamen que continuarão a se opor firmemente ao protecionismo.
"Reconhecemos a nossa promessa existente para a paralisação e a suspensão de medidas protecionistas e pedimos a outros países que se juntem a nós neste compromisso," disseram, enfatizando a importância de uma economia mundial aberta e inclusiva que permita a todos os países e povos compartilharem os benefícios da globalização.
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