Entrevista: Estudioso dos EUA vê em cúpula do BRICS uma "exibição impressionante" do potencial futuro do grupo
Nova York, 5 set (Xinhua) -- A 9ª Cúpula do BRICS organizada pela China foi uma "exibição impressionante" do potencial futuro das cinco economias emergentes, ou seja, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, como um grupo, disse um estudioso norte-americano.
"Eu acredito que a Cúpula do BRICS foi uma exibição extremamente impressionante," disse Sourabh Gupta, analista de políticas de alto escalão do Instituto para Estudos China-América, em uma entrevista por e-mail dada à Xinhua nesta terça-feira.
Dado que a China já recebeu dois eventos de cúpulas significativos nos últimos 12 meses - a cúpula do G20 em Hangzhou e o Fórum para Cooperação Internacional do Cinturão e Rota em Beijing, "havia um certo desconforto" de que a cúpula do BRICS seria tomada por eles, disse Gupta disse. "Isso certamente não foi o caso, mesmo que a cobertura na mídia ocidental possa ter sido relativamente limitada".
O estudioso observou que havia "dois grandes resultados" acontecendo fora do encontro do BRICS em Xiamen.
Primeiro, disse ele, os países BRICS "provaram em sua abordagem unificada mais uma vez" que eles são "de fato um grupo de potências emergentes de mentalidade independente" organizado como "uma rede de apoio mútuo e comprometida em ajudar o crescimento de cada um dentro do sistema internacional".
"Tendo em mente as recentes diferenças entre China e Índia em relação ao Doklam (...), o grupo mostrou que seus objetivos e aspirações comuns superam suas diferenças facilmente e que essas diferenças também são passíveis de um gerenciamento responsável," disse Gupta.
Em segundo lugar, os países do BRICS mostraram que "eles não estão dispostos a descansar em seus louros," que "eles são otimistas em relação ao futuro e seu futuro potencial como um grupo" e que "eles já estão planejando novos caminhos - como o Modelo ‘BRICS Plus’ - para ampliar e institucionalizar sua cooperação na próxima década," acrescentou o estudioso.
Para esse fim, os países do BRICS devem garantir que eles se tornem "o principal fórum de discussão do desenvolvimento dos países através da cooperação Sul-Sul e através do desenvolvimento inclusivo," bem como "o principal fórum do mercado emergente para discutir a revisão do sistema monetário internacional" ao longo da próxima década, apontou Gupta.
"Gradualmente, eles também devem acelerar a cooperação política sobre os grandes desafios de segurança para que eles se tornem uma voz alternativa para uma abordagem mais multilateralizada, conciliadora e menos violenta para a miríade de desafios de segurança global durante a primeira metade do século 21," disse ele.
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