(Cúpula do BRICS) "China será um player importante na fabricação de aviões", diz presidente da Embraer

2017-09-04 11:24:08丨portuguese.xinhuanet.com

Por Diogo Teixeira e Xun Wei

Xiamen, 3 set (Xinhua) -- O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, disse domingo à Xinhua, durante um evento paralelo à Cúpula do BRICS, que a China será um player importante na fabricação de aviões e que por isso a companhia brasileira terá que apresentar soluções "ainda melhores" para manter o market share de 90% no segmento chinês de até 100 assentos.

"Temos que encarar a entrada da China no setor como um concorrente a mais. Competição é muito bom, porque traz desafios maiores e quem acaba ganhando são os nossos clientes, as companhias aéreas e os passageiros", afirmou Silva, que está na Cúpula do BRICS como representante do Conselho Empresarial do BRICS no Brasil.

Silva se referiu à China como uma futura concorrente na fabricação de aviões porque o C919, o primeiro avião chinês de grande porte, ainda não chegou ao mercado. Em maio, fez o primeiro voo de teste. As encomendas já passam de 600, divididas entre 24 clientes estrangeiros e domésticos.

Com uma autonomia padrão de 4.075 quilômetros, o avião da Companhia de Aeronave Comercial da China (COMAC) é comparável à uma versão melhorada do Airbus 320 e à nova geração do Boeing 737, sinalizando a entrada do país no mercado mundial de aviação.

O executivo exaltou o crescimento anual de 12% no mercado aéreo chinês, o dobro da média mundial, para o que os esforços do governo para tirar as pessoas da pobreza está sendo fundamental. De 1978 até o ano passado, 730 milhões de chineses saíram dessa condição. Desde 2012, a renda per capita vem crescendo a uma média de 10,7% por ano na área rural.

"Na medida em que a China vai avançando economicamente e novas classes chegam ao consumo, o setor se desenvolve muito rapidamente. A presença da Embraer aqui é muito relevante."

Atualmente mais de 200 aviões da Embraer fazem voos regionais na China, e um dos acordos assinados entre os presidentes Xi Jinping e Michel Temer na véspera da Cúpula do BRICS tem o potencial de facilitar a presença de brasileiros a bordo deles. Os vistos chineses passarão a ter cinco anos de validade e entradas múltiplas.

"Qualquer medida que ajude a aumentar a eficiência e o desenvolvimento dos negócios é muito importante. Medidas que reduzem a burocracia ajudam muito o comércio. Não tenho dúvidas de que isso (o aumento da validade dos vistos) está na direção certa."

O aumento da validade, que também vale para os vistos de negócios, pode ser de especial valia para os executivos da Embraer. Silva não descartou uma nova parceria com a Companhia da Indústria de Aviação da China (AVIC), da qual a Embraer já foi sócia em uma joint-venture.

"Já fomos muito próximos da AVIC. Tivemos uma parceria muito boa para os dois lados. Se houver uma oportunidade, vamos analisar. É um momento que pode até fazer as duas empresas conversarem e olharem as duas oportunidades."

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