Fórum Brazil+China Challenge debate experiências de desenvolvimento em Beijing

2017-08-31 17:03:07丨portuguese.xinhuanet.com

​Por Janaína Camara da Silveira

Nos dias 1º e 2 de setembro, Beijing receberá 49 especialistas da China e do Brasil para discutir os caminhos de desenvolvimento que podem ser compartilhados pelas duas nações. A promoção é da Yenching Academy, ligada à Universidade de Pequim, da ​Fundação Getúlio Vargas e do Brasa Ásia, que reúne estudantes de ensino superior e pós-gradução. A fim de permitir uma troca de ideias e também uma visão ampla sobre o tema, o evento reunirá políticos, acadêmicos e executivos dos dois países.

- Queremos dar início a alinhamentos de parcerias que podem seguir no futuro. Promover o contato de pessoas no Brasil e na China que têm ideias semelhantes já faz valer o evento - afirma a mestranda em Estudos Contemporâneos da China pela Universidade do Povo Júlia Rosa e que está à frente da diretoria de logística do fórum.

Responsável por organizar a vinda de convidados, voluntários e autoridades, Júlia disse que as trocas com os colegas chineses da Yenching Academy foram muito eficientes:

- A escola nos ajudou a navegar pela administração da universidade, conseguir os contatos. A rede de apoio foi essencial neste caso. Todos têm sido muito eficientes e prestativos e está sendo ótimo trabalhar com os chineses - diz Rosa.

O ex-embaixador da China no Brasil, Chen Duqing, abre o fórum, às 9h de sexta-feira, no Auditório Erqi da Universidade de Pequim. Seguem-se painéis que discutirão seis temas principais: smart cities, educação, investimentos estruturais, olhar ao Oeste, mundo pós-ocidental e empreendedorismo.

A China é endereço natural para discutir tais mudanças e o desenvolvimento.

- Precisamos pensar em uma agenda para lidar com a questão da economia informal, que hoje representa 50% da economia brasileira, uma linha de informalidade que se tem desde a abolição da escravatura. O principal objetivo é como se incorporam trabalhadores no ambiente formal no curto, médio e longo prazos, algo que a China fez nos últimos 30 anos - avalia a cientista social e antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, pioneira em estudos de campo sobre a China, país a que se dedica desde 2003 e que estará no painel Empreendedorismo para o Desenvolvimento, que ocorrerá às 14h de sábado.

- Fiquei três anos sem vir à China, para onde viajo desde 2003. O nível de desenvolvimento da cidade de Beijing e mesmo que sinto ao conversar com antigos amigos é muito impressionante, há muita mudança em pouco tempo. Mesmo voltando à economia informal, a China lidou de um jeito, entendendo que era uma passagem. O Brasil acabou adotando uma política custosa baseada em força policial para repressão dos informais que não significou mudança estrutural para o país. Em 15 anos, posso testemunhar que a China mudou de uma forma impressionante. É um país que projeta o futuro em 10, 20, 30 anos. O Brasil ainda não pensa nem os próximos cinco anos - afirma Pinheiro-Machado.

O evento é também programação importante no momento em que a China sedia a cúpula dos BRICS e ocorre paralelamente à visita do presidente brasileiro, Michel Temer, a Beijing. No dia 1º, o mandatário tem reuniões com o presidente anfitrião, Xi Jinping, e também com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

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